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Conciliação de classes | Veja quem são os novos ministros do PP e Republicanos empossados por Lula que foram base do governo Bolsonaro

O presidente Lula empossou nesta quarta-feira (13) os novos ministros de seu governo, André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos), que ampliam a força do centrão no Executivo à revelia dos interesses dos trabalhadores e população pobre.

Elisa CamposFilosofia - UFMG

quinta-feira 14 de setembro de 2023 | Edição do dia

FOTO: Reprodução/ André Fufuca, Lula e Sílvio Costa Filho

O presidente Lula empossou nesta quarta-feira (13) os novos ministros de seu governo, que ampliam a força do centrão no Executivo à revelia dos interesses dos trabalhadores e população pobre. A reforma ministerial foi uma verdadeira briga por orçamentos e acordos políticos com a cúpula dos que foram base do governo reacionário de Bolsonaro.

André Fufuca, líder do PP na Câmara, substitui a ex-atleta de vôlei Ana Moser no Ministério do Esporte. Que ele não saiba nada sobre esportes é o de menos em sua ficha mais do que suja. Principal figura do centrão e da oligarquia do Maranhão, Fufuca enriqueceu com sua família a partir de trabalho escravo, escancarado em 2006 quando 12 trabalhadores foram libertados da Fazenda Pirraceira, apenas uma de suas propriedades que apenas em seu nome somam 1500 hectares de terra.

Fufuca ingressou na política com o apoio de seu pai, Francisco Dantas Ribeiro Filho (PMDB), prefeito de Alto Alegre do Pindaré e também chamado de Fufuca, e ascendeu na Câmara pela amizade com Eduardo Cunha (a quem chamava de “Papi”) e o apoio ao golpe institucional de 2016. Fez campanha para Bolsonaro em 2022 e votou recentemente a favor do Marco Temporal, que ataca o direito à demarcação de terras dos povos indígenas.

Silvio Costa Filho assume o Ministério de Portos e Aeroportos no lugar de Márcio França (PSB), remanejado para o novo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Costa Filho é presidente regional em Pernambuco do Republicanos e também foi base ativa do governo Bolsonaro, além de grande entusiasta da política neoliberal de Paulo Guedes, ex-ministro da Economia. Quando foi secretário estadual de Turismo em Pernambuco foi investigado por um esquema de contratação fantasma de artistas e superfaturamento de shows.

Costa Filho também votou recentemente a favor do Marco Temporal e do Arcabouço Fiscal, o novo teto de gastos proposto pelo próprio governo Lula-Alckmin contra os serviços públicos. Com um significativo patrimônio de R$1.029.840,46, é mais um dos nomes do centrão que faz parte da acomodação do governo para garantir sua base junto à direita mais fisiológica do regime, abrindo caminho aos setores que fortaleceram a extrema direita e o governo Bolsonaro.

Ao lado dos novos ministros e do presidente da Câmara cacique do centrão Arthur Lira (PP), Lula declarou estar “muito satisfeito com a conclusão que chegamos na montagem do governo". O ministro da Justiça Flávio Dino fez questão de prestigiar o escravista Fufuca parabenizando-o pelo “novo desafio”. Quem não fica satisfeito são os trabalhadores e a população pobre, que amarga a perca de direitos trabalhistas e de melhores condições de vida com as reformas e ataques promovidos por estes setores que agora compõe o alto escalão do governo Lula-Alckmin.

Com os novos 2 ministérios, agora são 38 pasta do governo, sendo 11 comandadas pelo Centrão. MDB, União Brasil, PSD com três ministérios cada um, a agora PP e Republicanos com um ministério cada sigla. A conciliação de classes é o que fortalece a extrema direita. É urgente que as centrais sindicais rompam com sua paralisia e subordinação ao governo e organizem um plano de lutas que possa se apoiar na disposição de luta que se expressa em diversas categorias, para se impôr com uma política independente do governo e do regime político para dar uma resposta às demandas da classe trabalhadora e do povo pobre.




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