Os trabalhadores foram encontrados na cidade de Exu e trabalhavam em madeireiras ligadas ao Polo Gesseiro
quinta-feira 9 de maio | Edição do dia
Em mais um exemplo de como as relações de trabalho foram se degradando no Brasil, 8 trabalhadores em situações análogas à escravidão foram resgatados no sertão pernambucano, na cidade de Exu. Os trabalhadores foram encontrados em alojamentos precários construídos por eles mesmos, com árvores e lonas. A única fonte de água estava contaminada e com presença de anfíbios. Durante o trabalho, não tinham nenhum equipamento de segurança. Ficando isolados no meio do mata, os trabalhadores ganhavam menos de um salário mínimo e tinham que levar seu próprio material de trabalho e arcar com os custos de comida do dono.
Apesar do flagrante crime, o empregador, que não teve a identidade revelada, ficou apenas sujeito à assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com rescisões e danos morais aos trabalhadores.
Os trabalhadores estavam trabalhando na extração de madeira de uma empresa do Polo Gesseiro do Araripe. Esse polo é responsável pela produção de mais de 80% de todo o gesso utilizado no Brasil, e tem diversas empresas em sua cadeia de produção. Apesar disso, essas empresas são conhecidas pelas degradantes condição de trabalho. Em diversas fiscalizações, o MPT já encontrou desde trabalho análogo à escravidão, como dessa vez, como também outras condições como trabalhadores sem EPI e expostos à materiais tóxicos, dentre outras violações. Apesar disso, as violações continuam ocorrendo com essas empresas permitidas de continuar atuando, muitas vezes sendo apenas submetidos à multas, TACs e mudanças cosméticas, o que mostra como os capitalistas querem arrancar todo o nosso sangue e nossa saúde, contando com a anuência do Estado Burguês.
