×

Mídia burguesa | Por que as bombas de Israel contra a Palestina não comovem Globo, Folha e a mídia capitalista?

A parcialidade da “grande” imprensa brasileira frente ao conflito entre israelenses e palestinos é chocante para qualquer um que procure se debruçar sobre a história de formação do Estado Sionista de Israel e as décadas de opressão sofrida pelos palestinos, um conflito assimétrico, marcado pela intervenção de países imperialistas como os EUA, França e Inglaterra. A população civil palestina é quem mais sofre com o cerco a Faixa de Gaza com o bloqueio que impede que tenham acesso à água, comida, combustível, medicamentos, marca do histórico Apartheid mantido por Israel e que a mídia burguesa brasileira conscientemente deixa de lado.

quarta-feira 11 de outubro de 2023 | Edição do dia

Na narrativa reforçada pela imprensa brasileira em grandes veículos como Folha, Globo, Estadão, e toda a mídia burguesa a guerra declarada pelo primeiro-ministro israelense, o ultradireitista Benjamin Netanyahu, contra o povo palestino é uma resposta “justa” aos ataques do Hamas. De antemão deixamos claro que não compactuamos com os métodos e a estratégia do Hamas. Entretanto defendemos o direito à resistência e à autodeterminação nacional do povo palestino que é vítima da intervenção imperialista que culminou na criação do Estado de Israel.

O que é ocultado por essa mesma imprensa são os assassinatos, repressão, demolições de casas, detenções arbitrárias e ataques à população nos territórios ocupados e aos palestinos que vivem como cidadãos de segunda classe no Estado de Israel. Se apagam os 75 anos de história desde a criação do Estado Sionista, e as diversas guerras empreendidas contra o território palestino e também um aspecto chave deste conflito histórico que foi a separação artificial criada pelos países imperialistas como EUA, Inglaterra e França, que mesmo antes da 2ª guerra mundial e da resolução da ONU de 1948 já atuavam com a máxima de “dividir para conquistar” este ponto estratégico do Oriente Médio.

Não abordaremos aqui, todo este histórico, mas deixamos abaixo algumas sugestões de leituras e Podcasts que podem dar essa dimensão para nossos leitores:

[PODCAST] Internacional - A questão Palestina e Israel

Trotskismo e stalinismo na questão palestina

Por que apoiar a luta dos palestinos é imprescindível

Israel, um Estado fundado sobre a limpeza étnica da Palestina

Na segunda-feira (9), Israel ordenou um "cerco total" à Faixa de Gaza —o ministro da Defesa, Yoav Gallant, ordenou que todos os serviços básicos oferecidos na região sejam suprimidos em uma região que já sofre com desabastecimento e onde vivem mais de 2 milhões de pessoas. "Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Tudo bloqueado", disse Gallant.

Para dar mais um exemplo da cruel política de Apartheid levada a frente por Israel, durante a pandemia de Covid-19 o Estado de Israel impediu a entrada de vacinas no território palestino enquanto destruía cerca de 800 mil doses que estavam perto de perder a validade. E no conflito atual o Estado de Israel tem cometido crimes contra a humanidade, utilizando armas químicas contra os civis palestinos..

Os crimes do Estado de Israel contra o povo palestino são denunciados, inclusive, por muitos intelectuais de origem judia como Ilan Pappé e são impossíveis de serem ocultados. Este historiador considera que o Estado de Israel leva adiante um “genocídio incrementado”. As cifras são eloquentes. Segundo B’Tselem (Centro de Informação Israelense para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados) desde o ano de 2000, 10.500 palestinos foram assassinados em ações militares ou policiais. E nas prisões israelenses existem por volta de 5.000 presos, entre eles crianças.

Leia também: Abaixo os bombardeios e a intervenção militar israelense contra o povo palestino

Pelos motivos apresentados, mesmo que parciais, podemos ver como se constrói uma narrativa interessada atravessada por interesses políticos e econômicos e que a mídia burguesa brasileira se alinha a estes mesmos interesses pelos laços que possui com o imperialismo dos EUA. A assimétrica posição em que se encontra o Estado de Israel nos bombardeios que realiza contra os palestinos, que conta com apoio incondicional do imperialismo que segue oferecendo financiamento e equipamento militar, mostra que a ilusão de uma política diplomática como a que leva a frente o governo Lula não pode resultar em nada de bom para o os trabalhadores e povo palestino e tampouco para os trabalhadores israelenses.

Para acabar com o regime de apartheid, é necessário desmontar o Estado sionista de Israel. Defendemos o direito à autodeterminação nacional do povo palestino e lutamos por uma Palestina operária e socialista, nos marcos de uma federação socialista do Oriente Médio. Porque somente um Estado que se proponha terminar com toda a opressão, exploração e reação imperialista poderá garantir o direito ao retorno dos refugiados palestinos e uma convivência democrática e pacífica entre árabes e judeus.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias