Após deixar o ministério de Bolsonaro, o ex-juiz está atuando como advogado e trabalha em defesa de empresário investigado nos Estados Unidos, Suíça e Serra Leoa.
quarta-feira 25 de novembro de 2020 | Edição do dia
Foto: Sergio Lima / AFP
Após deixar o ministério da justiça de Bolsonaro, o ex-juiz Sérgio Moro está atuando como advogado e trabalha em defesa de um empresário investigado por suspeitas de sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e violação de direitos humanos e ambientais.
Através de uma requisição do bilionário da mineração Benjamin “Beny” Steinmetz, um escritório brasileiro de advocacia solicitou o parecer jurídico do ex-juiz bolsonarista. O empresário israelense, que já foi investigado pelo FBI, é alvo da justiça na Suíça, Estados Unidos e em Serra Leoa.
Moro deverá orientar a defesa de Steinmetz, através de um diagnóstico do caso e das leis sob as quais ele será avaliado, em uma disputa bilionária contra a mineradora brasileira Vale. O contrato renderá R$750 mil à Moro.
A empresa de Steinmetz possui uma concessão para explorar minério de ferro na Guiné, um dos países mais pobres do mundo, cujo 55% da população está abaixo da linha da pobreza e foi um dos epicentros do vírus Ebola.
O empresário nega as acusações mesmo havendo diversas provas contra ele como áudios, cheques e contratos.
Antes de recorrer à Moro, o empresário Israelense já havia solicitado os serviços de outro agente da lei de biografia questionável: Louis Freeh, suspeito de receber propina para livrar investigações de um empresário nos Estados Unidos.
Fazendo uso da sua reputação de “Super-herói íntegro e patriota”, Sérgio Moro ainda dá palestras sobre ambientes de negócios pós lava-jato: operação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro iniciada em 2014, onde o ex-juiz vazou para imprensa escutas obtidas de forma ilegal em nome do imperialismo e do golpismo.