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Forças Armadas | Lula anuncia decreto autorizando militares a reprimir portos e aeroportos no RJ e SP

Lula anunciou nesta quarta (01/11) que irá publicar decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo. A ideia é que o decreto dure até maio de 2024, neste período militares da Marinha se encarregarão dos portos de Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro e Santos (SP) enquanto militares da Aeronáutica se encarregarão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Guarulhos (SP).

quarta-feira 1º de novembro de 2023 | Edição do dia

O presidente Lula anunciou nesta quarta feira (01) que vai assinar decreto para GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo com a justificativa de combater o crime organizado. Lula deixará nas mãos da Marinha e da Aeronáutica os portos de Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro e Santos (SP) e os aeroportos do Galeão (RJ) e Guarulhos (SP).

Outras medidas anunciadas neste mesmo decreto são a atuação da Marinha junto a Polícia Federal na Baía de Guanabara, Baía de Sepetiba e acessos marítimos ao Porto de Santos e Lago de Itaipu, o aumento do efetivo e equipamentos da PF, PRF e Força Nacional em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Paraná; que o Ministério da Justiça junto com o Ministério da Defesa apresentarão plano de modernização tecnológica para atuação da PF, PRF, Polícia Penal Federal, Exército, Marinha e Aeronáutica para atuação em portos, aeroportos e fronteiras.

Esta medida que é anunciada como parte do combate ao crime organizado tem como pano de fundo a crise de segurança pública enfrentada pelo Rio de Janeiro e é mais um sinal do governo Lula em apoio a ofensiva de repressão que é levada a frente pelo governador bolsonarista Cláudio Castro.

Vale ressaltar que, com a aprovação deste decreto, greves como a que protagonizaram os trabalhadores terceirizados no aeroporto internacional de Guarulhos durante a paralisação no dia 03/10, em que denunciavam justamente as condições impostas pela ditadura patronal que os culpabiliza por irregularidades e esquemas de tráfico, seriam reprimidas diretamente pelas forças armadas que passarão a exercer controle da “lei e da ordem” no local.

Lula fortalece novamente a imagem dos militares que foram e seguem sendo base de apoio para a extrema-direita bolsonarista, a alta cúpula dos militares que vinham golpeados pela participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro agora voltam ao centro das atenções como “aquelas que sempre estiveram comprometidas com o país” como afirmou Rodrigo Capelli, secretário do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O governo Lula segue ao lado de Cláudio Castro lidando com a pobreza através da bala da polícia e sustentando a política de “guerra às drogas”, que é uma farsa e, na verdade, um pretexto para a militarização das favelas e manutenção do racismo, sendo justificativa para o assassinato de crianças e jovens negros e pobres.

Lula e o ministro Flávio Dino buscam agradar a direita conservadora do país. O objetivo é se postular como aquele que “combate o crime organizado”, sem dar ouvidos ao que diversos especialistas, intelectuais e organizações de direitos humanos reforçam todos os dias, como as denúncias de abusos, assassinatos e chacinas realizados pelas polícias como a do Rio de Janeiro uma das mais corruptas do país. E novamente envolvendo militares que como a história mostra são mais que suspeitos quando o assunto é tráfico de drogas, não à toa “cocaína no avião da FAB” é um verso que nos vem a memória. E nem falar no recente “furto” de armamentos que envergonhou o exército em Barueri.

Ao contrário disso, seria necessária uma política de legalização das drogas, assim como uma investigação das relações dos militares e da própria Polícia Rodoviária Federal com tráfico. Por trás desse amplo mercado e das mortes de milhares de jovens negros nas favelas e periferias estão grandes políticos e empresários que se aproveitam da criminalização das drogas para aumentar suas fortunas.




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