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La comuna, ritmo, raiva e rebeldia

Jenifer Tristan

La comuna, ritmo, raiva e rebeldia

Jenifer Tristan

La Comuna é uma obra que denuncia o sistema capitalista e seu modelo irracional de produção, criada por uma equipe talentosa de mentes afiadas composta por El efecto, A Trupe Lona Preta e Galo de Luta.

El efecto é uma banda do Rio de Janeiro que, desde 2002, utiliza a arte para desvendar a vida, através de letras profundas que desmascaram as mazelas sociais e destacam a força dos trabalhadores e setores marginalizados, sempre com alegria e ritmos vibrantes.

A Trupe Lona Preta é um grupo de teatro da zona Oeste de São Paulo que, desde sua fundação em 2005, trabalha com uma pesquisa profunda que articula a palhaçaria, a música e a crítica social.

Galo de Luta é um MC do movimento hip-hop desde 2001, é membro do Sindicato Urbano de Atitude e parte da luta contra a precarização do trabalho e fundou o Movimento dos Entregadores Antifascistas.

No dia do trabalhador, expropriar os meios de produção e dividi-los!

Neste 1º de maio dia do Trabalhador, em ritmo de salsa, esse trio dinâmico criou uma musica que é uma crítica cortante e fugaz ao modelo de produção do sistema capitalista. O grito engasgado da humanidade é que, apesar de sermos capazes de resolver as mazelas sociais, o capitalismo precariza a vida, aprofundando a exploração do trabalho com reformas como a previdência e trabalhista têm contribuído para intensificar a precarização da vida, favorecendo a exploração do trabalho e afastando ainda mais o trabalhador de sua própria mercadoria.

"No subúrbio em Bangladesh ou em qualquer periferia"... "o mercado é pai do crime, tece um ciclo doentio, o casaco é pra vitrine e quem produz morre de frio" refletindo a realidade de profissionais como o operário que padece de frio na confecção de casacos ou o entregador de aplicativos que luta o dia inteiro contra a fome enquanto entrega alimentos.

A terceirização e uberização são formas cada vez mais brutais de aprofundar a exploração, sem direitos trabalhistas, ferramentas de trabalho e condições dignas, com salários cada vez mais baixos e aquém de garantir a subsistência básica da maioria dos trabalhadores.

El Efecto assinou o manifesto contra a precarização e terceirização do trabalho, que tem sido impulsionado pelo MRT em conjunto com artistas, juristas e intelectuais, para denunciar a exploração do trabalho e atacar os lucros dos capitalistas que historicamente se apropriam do que é da nossa classe por direito!

Leia aqui o Manifesto e assine você também: https://bit.ly/30PxWod

Embora a humanidade seja capaz de solucionar as questões sociais, o capitalismo as precariza, gerando mais-valia ao se apropriar do excedente produzido, transformando o trabalhador em um objeto para a realização do trabalho, um escravo assalariado, " o algoritmo é o chicote que se aprimorou".

A dinâmica entre o capital e o trabalho representa um processo de reprodução econômica, em que o capital se apropria do excedente de trabalho produzido pelo trabalhador, onde " o que importa do casaco é a venda e não o seu calor". Esse fenômeno é caracterizado pelas relações sociais que se baseiam no modo de produção capitalista, em que o trabalhador produz uma blusa, mas muitas vezes não consegue usufruir de sua própria produção e acaba enfrentando condições precárias de vida, como o frio, a fome…

A solução é simples e clara e cantada em algo e bom som nesse refrão ritmado: “trabalhar todos, trabalhar menos, produzir o necessário e dividir a produção”, reduzir a jornada de trabalho garante o fim do desemprego e tempo livre para viver. Produzir o necessário evita o excedente de mercadorias e a divisão da produção garante que o que é necessário seja distribuído a todos.

A arte vem dando voz a um clamor contido há muito tempo, a urgência do grito entalado é para remoldar o sistema de produção e garantir a igualdade social, precisamos subverter a ordem capitalista com um simples remédio, receitado pelo Doutor na música: R-E-V-O-L-U-Ç-Ã-O-!


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Jenifer Tristan

Estudante da UFABC
Estudante de LCNE - Química e militante da Faísca - Juventude Anticapitalista e Revolucionária e do grupo de mulheres Pão e Rosas
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