Aung Thura, um repórter do serviço local, em Mianmar, foi levado por homens sem identificação, à paisana. O país atravessa um violento processo de golpe de estado, com ataques diretos a mídia e as comunicações do país.
sexta-feira 19 de março de 2021 | Edição do dia
Foto: BBC News Brasil
Nesta sexta-feira (19), Aung Thura, repórter da BBC, fazia uma reportagem em frente a um tribunal na capital do país, Naypyitaw, quando foi abordado por homens em uma van sem identificação, ao meio dia (horário local), e levado embora juntamente com outro repórter, Than Htike Aung, que trabalha para o jornal Mizzima, mídia que teve sua licença revogada durante o golpe militar, na ocasião onde a junta militar de Mianmar cerceou todos os meios de comunicação da população.
Desde então não se conseguiu mais comunicação com os jornalistas e nem se sabe a localização deles.
Desde o golpe, quarenta jornalistas já foram presos, com 16 ainda sob custódia, parte de um ataque direto e violento contra a mídia do país e contra o povo de Mianmar, além da prisão política de membros do partido LND, que havia ganhado as eleições no país, incluindo a presidente Aung San Suu Kyi.
Violência policial no país é avassaladora e país vive protestos massivos
Nesta última sexta, estima-se que pelo menos oito pessoas tenham morrido em meio aos protestos. Policiais estão recebendo ordens oficiais para atirar contra a população nos protestos, levando a mortes violentas e uma repressão brutal ante ao povo e aos protestos.
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Do início do golpe militar até hoje, estima-se que pelo menos 232 birmaneses tenham sido mortos pela violência policial, com destaque para o dia 14 de março, quando a polícia realizou um massacre, matando 38 protestantes.