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CRISE NO GOVERNO TEMER | Governo do Distrito Federal emite nota criticando decreto de Temer que convocou o exército

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) emitiu nota criticando Temer e seu decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que colocou o exército em Brasília. Para o governador, a polícia do DF é suficiente para reprimir as manifestações sozinha sem "restrição de liberdade".

quarta-feira 24 de maio de 2017 | Edição do dia

Rapidamente, após a divulgação do decreto de GLO anunciado por Jungmann em nome de Temer, todos quiseram passar a "batata quente" da medida autoritária. O ministro da defesa disse que havia sido encomendada por Rodrigo Maia, que disse que não foi ele quem pediu pois "apenas" queria mais repressão da Força Nacional de Segurança.

Já o governador do DF, do PSB, que foi um dos responsáveis pelo esquema de segurança digno de uma zona de guerra para receber os manifestantes, também foi rápido para se pronunciar publicamente e deixar o "gostinho de ditadura" da convocação do exército para reprimir uma manifestação no colo do moribundo presidente golpista.

Rollemberg emitiu nota afirmando que "Em todas as 151 manifestações realizadas nos últimos dois anos, as forças de segurança federal e distrital agiram de maneira integrada e colaborativa. Em todas as ocasiões a Polícia Militar agiu com eficácia e eficiência, demonstrando estar plenamente apta ao regular desempenho de sua missão constitucional. Eventuais excessos serão rigorosamente apurados." Ou seja, o governador do PSB sabe que a assassina polícia militar e os eventuais reforços de outros aparatos repressivos são suficientes para reprimir covarde e brutalmente os manifestantes. E, por isso, disse que Temer, ao recorrer ao exército, adotou uma "medida extrema adotada sem conhecimento prévio e nem anuência do Governo de Brasília".

Renan Calheiros também foi outro que saiu rapidamente a criticar o decreto de Temer. Veja abaixo a íntegra da nota do governador do DF:

NOTA OFICIAL

O Governo de Brasília lamenta os episódios ocorridos na manifestação de hoje quando alguns grupos agiram com violência, depredando o patrimônio público e privado.

É dever do Estado garantir o direito à manifestação, para que todos possam se expressar de forma respeitosa, sem colocar em risco a integridade das pessoas e do patrimônio público.

A Polícia Militar do Distrito Federal agiu de acordo com o Protocolo Tático Integrado assinado pelos governos federal e distrital, no mês passado, em que a segurança dos prédios públicos federais ficou sob a responsabilidade da União.

Em todas as 151 manifestações realizadas nos últimos dois anos, as forças de segurança federal e distrital agiram de maneira integrada e colaborativa. Em todas as ocasiões a Polícia Militar agiu com eficácia e eficiência, demonstrando estar plenamente apta ao regular desempenho de sua missão constitucional. Eventuais excessos serão rigorosamente apurados.

No entanto, para surpresa do Governo de Brasília, a Presidência da República decidiu na tarde de hoje recorrer ao uso das Forças Armadas, medida extrema adotada sem conhecimento prévio e nem anuência do Governo de Brasília e sem respeitar os requisitos da Lei Complementar nº 97/99 (artigo 15, parágrafos 2º e 3º).

Os fatos de hoje em Brasília retratam a grave crise política do país. Não é a violência e nem a restrição de liberdade que a resolverão.

A solução virá do estrito respeito à Constituição e às leis em vigor no país.

Rodrigo Rollemberg
Governador de Brasília




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