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EXÉRCITO | General da ABIN diz que quilombolas são um dos principais entraves para progresso do país

sexta-feira 13 de outubro de 2017 | Edição do dia

O Ministro do Gabinete de Segurança Institucional do golpista Temer, Sérgio Westphalen Etchegoyen, realizou uma palestra no Instituto Rio Branco no dia 23 de Agosto. Na última segunda-feira, O The Intercept teve acesso ao áudio desta palestra, gravado sem conhecimento do Instituto. Neste, o General coloca sua reacionária visão militar de enxergar o mundo e defendeu “medidas extremas” para a segurança pública, defendeu a ditadura e disse que a imoralidade assola o país, junto com a defesa do “politicamente correto”. Destilou ódio e defesa da polícia.

A palestra durou duas horas e foi realizada por meio de convite de Alexandre Parola, porta-voz do governo. Para ele, as crises pelas quais o país atravessa uma série de crises estruturais e setoriais, que caracteriza como uma crise sistêmica e que deve ser tratada com toda força. Para ele a ação do Exército está correta: “Estamos vivendo tempos extraordinários. Precisamos de soluções extraordinárias.” Enquanto as imagens chocantes das periferias onde mães e crianças vivem sob a ameaça dos fuzis dos exércitos tomaram as redes sociais, este General fala de como o Exército tem capacidade de atuar em qualquer situação na qual for colocado, como resposta à crise do Estado.

De acordo com ele, a crise política do país foi originada pela ausência de um “projeto nacional”, em especial por meio dos governos do PT. Para o chefe da Abin, o fim da ditadura criou instrumentos que limitaram o desenvolvimento do país. Utilizou as maiores obras de infraestrutura da ditadura militar, construídas com sangue, suor e repressão aos trabalhadores, como referência para tal.

Para ele, a Constituição de 88, tutelada pelos militares, deixou de ter como prioridade o crescimento. Falou saudoso da “autonomia” do período da ditadura militar. Atacou o SUS por supostamente garantir cirurgias de redesignação de gênero e disse que a população tem que voltar a amar a polícia, como se não estivesse falando do braço armado do Estado que assassina sistematicamente a juventude negra e pobre. Elencou também os quilombolas como principais entraves para o desenvolvimento do país, em especial aqueles 2000 que vivem na península de Alcântara, onde os militares querem expandir suas bases e lançar foguetes.Tampouco pôde terminar seu discurso sem questionar a necessidade de cotas, ligando a imoralidade que atravessa o país com a dificuldade de poder se posicionar publicamente contrário às cotas, ou querer debatê-las para seu fim.

Suas posições não seriam tão surpreendentes se não viessem acompanhadas de enxergar um vazio de lideranças e críticas à políticos que querem defender seus mandatos à todo custo, espantoso porque sua função no governo seria justamente de defender o presidente e seu mandato. Sendo Temer um presidente golpista que faz o possível para garantir sua estadia no poder.

As Forças Armadas colocam as suas asinhas para fora sugerindo um outro caminho para resolver a crise instaurada no país e se colocando como novo ator dentro da crise política instaurada no país. Sabemos bem que este só beneficiará as próprias Forças Armadas, a burguesia e o imperialismo, o verdadeiro ganhador com a ditadura militar no Brasil.

(Foto: Divulgação)




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