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GRAVAÇÕES DE MACHADO | Em gravação, Sarney relata medo da delação de Odebrecht e acordo com tucanos pelo golpe

Em recentes áudios gravados pelo próprio Sérgio Machado, o ex-presidente José Sarney prometeu ajudar Sério Machado “sem o envolvimento de advogado”. A ajuda viria no sentido de evitar que as acusações de Sérgio Machado fossem mandadas para a vara do juiz Sergio Moro em Curitiba. Este trecho da conversa, como parte da operação de “abafa Lava Jato” é ofuscado pelas revelações envolvendo Dilma e recursos da Odebrecht e a articulação com os tucanos pelo golpe.

quarta-feira 25 de maio de 2016 | Edição do dia

Sérgio Machado um dos investigados pela Operação Lava Jato e segundo Machado que o caso “não poderia passar por uma iniciativa apenas jurídica, teria que ser política. ” O ex-presidente ressalta várias vezes de que não poderia ter o envolvimento de advogados para garantir esta negociação com vistas a impunidade, o que já havia sido revelado nas gravações de Machado com o ex-ministro do golpista Temer, Romero Jucá e também com o atual presidente do Senado Renan Calheiros.

Mais do que um medo da Operação Lava Jato, que passa longe de punir todos os corruptos e só mostra como a justiça é seletiva, como comprovou hoje pela enésima vez Gilmar Mendes a impedir (novamente!) as investigações sobre Aécio. Uma justiça que favorece os poderosos, sobretudo se forem tucanos.

Uma delação da Odebrecht abateria todos, como uma ‘metralhadora ponto 100’

Em um trecho da gravação o ex-presidente da República relata seu medo a que Marcelo Odebrecht assine um acordo de delação. Até o momento isto não aconteceu, pelo contrário, Sérgio Moro mostrou grande descrição e mandou recolher rapidamente a lista de beneficiários de propinas da maior empreiteira do país quando a listagem vazou. A mídia amiga do golpe e dos golpistas deixou o assunto morrer em menos de 24horas.

Sarney, político experiente de um regime do suborno, personificação das continuidades do regime militar a atual Constituição pactuada e supervisionada pelos mesmos, ciente por motivos pessoais e familiares já que tem dois filhos na lista da empreiteira, o atual ministro do meio-ambiente de Temer sendo um deles, diz que a Odebrecht seria uma “metralhadora ponto 100”. Sobre seu filho, sobre tucanos, não sobraria nenhum governador, nem mesmo Dilma Roussef, segundo ele “nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela está envolvida diretamente é que ela falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele [inaudível]”

O temor tucano à Odebrecht e a articulação do golpe

Instigado pelo delator Sérgio Machado, ex-tucano, Sarney afirma que o PSDB teria consciência da continuidade de uma delação da Odebrecht e das operações, daí o acordo pelo impeachment, unificando a oposição antes fragmentada em diferentes respostas à crise. Sarney afirma: “eles sabem que eles não vão se safar”. Momento seguinte mostra a articulação que houve com os mesmos por via de Renan: “Nem Michel eles queriam, eles querem, a oposição. Aceitam o parlamentarismo. Nem Michel eles queriam. Depois de uma conversa do Renan muito longa com eles, eles admitiram, diante de certas condições.”

Soluções não convencionais, e a ponta do iceberg

A própria raposa do Maranhão envolveu-se nesta articulação, depois de posar para fotos com Lula exibindo a Constituição, tal como tinha feito Renan, o ex-presidente afirma ter falado com um tucano: “ ’Eu disse, Olhe, esqueçam qualquer solução convencional. Esqueçam!’.”

O golpe institucional, o grande peso tucano no governo Temer se constituem como parte desta “solução não-convencional”. A operação de impunidade que ficou demonstrada também.

Mesmo com os escandalosos áudios, no mesmo dia, Gilmar Mendes negou, novamente, a possibilidade de Aécio ser investigado. Com a mídia participando como artífice do golpe, como revelado na gravação de Renan, nem mesmo esconder os procedimentos “não-convencionais” o golpismo está acontecendo. Ele está a olhos nus. A república do suborno, e suas velhas raposas mostram seus procedimentos em pequenas pontas do iceberg que a Folha de São Paulo revelou para atender a seus próprios jogos políticos. As revelações da Odebrecht, as relações com diversas empresas imperialistas sempre citadas nas delações Siemens, Mitsui, entre outras, é nunca investigada.

A parte oculta do iceberg, nas mãos de uma justiça e de uma mídia artífice do golpe segue escondida.




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