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DISPUTA PMDB | Cunha enfraquecido em seu partido

Renan fala que ele vai acabar preso e Pezão diz que ele coloca interesses particulares acima dos nacionais

sexta-feira 11 de dezembro de 2015 | 00:00

As muitas manobras de Cunha, a igualmente longa lista de acusações de corrupção que pesam sobre ele estão minando sua margem de manobra inclusive dentro de seu partido. Para manter-se vivo tem que se manter no ataque, permanentemente. Porém assim cria desafetos, desde as edições dos grandes jornais da elite brasileira a seu partido. Acrescentam dificuldades ao presidente da Câmara seu jogo oposicionista em um partido com importantes interesses em jogo do lado do “fica Dilma”.

Não à toa duas das vozes mais fortes contra o deputado estão em um alinhamento maior ao Palácio do Planalto. Renan Calheiros, presidente do Senado, tem atuado frequentemente não só como interlocutor do governo mas um garantidor de pautar e aprovar pautas do ajuste fiscal. Pezão, governador do Rio de Janeiro é um dos principais defensores de Dilma.

O jornal O Globo noticiou nesta quinta-feira que Renan teria confidenciado a um interlocutor que Cunha podia terminar preso com tantas manobras que faz, e todas elas a serviço de seus interesses pessoais.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), criticou o colega de partido e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e disse que "fica difícil" mantê-lo no cargo. Cunha tem lançado mão de manobras para evitar o andamento dos trabalhos do Conselho de Ética que analisa um processo disciplinar contra ele.

"Ele fica colocando os interesses dele acima dos interesses do País. Um chefe de poder, e é um poder tão importante... estamos precisando discutir uma pauta de governabilidade, que não seja pautas bomba e nós estamos discutindo essas questões. Isso não soma", disse Pezão. Questionado se o presidente da Câmara tem condições de se manter no cargo, o governador disse que "fica ruim". "Acho um desserviço ao País não estarmos com uma pauta proativa."

Pezão parcelou os salários do funcionalismo de seu estado e cortou agressivamente as verbas das universidades estaduais, chegando a um corte de 47% no caso da UERJ. Evidentemente, a pauta “positiva” que ele tem em mente é a de mais e mais ajustes, privatizações, como as que ele propõe no Rio para fazer caixa. Além desta lógica de ajustes primeiro impeachment, cassação de Cunha, etc, depois, o que está em jogo é além disso quem manda dentro do importante PMDB tendo em vista sua iminente convenção nacional e preparação a candidatura própria em 2018 com uma intensa disputa sendo travada entre os caciques do Rio como Pezão, Paes e Picciani e o restante do partido no país.

A queda de Cunha poderia expressar um fortalecimento do governo Dilma sem um incontrolável opositor na presidência da Câmara, ou, por outro lado, a quem defenda sua queda justamente pelo motivo inverso, inclusive para uma retomada da agenda do impeachment porém com uma cara “mais limpa” posição defendida por Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e pelo governador do mesmo estado. Entre tantas guerras de sucessão e jogos particulares de poder os cálculos em cada jogada são múltiplos e contraditórios no momento, mas entre as várias variáveis uma já é bem visível Cunha se enfraquece dia-a-dia.




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