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Argentina | Mobilização convocada pela CGT: a esquerda irá como pólo independente para defender paralisação ativa e plano de luta

Nesta quarta a CGT está convocando uma concentração nos tribunais para pedir a inconstitucionalidade do decreto de Milei. A esquerda, o sindicalismo combativo e as organizações sociais que marcharam no 20 de dezembro irão com um bloco que levantará a demanda por uma paralisação geral ativa e um plano de luta, a única forma de derrotar o DNU, o Protocolo e todas as medidas de ajuste. Dia 27 desde às 11h nos tribunais.

terça-feira 26 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Ha pouco mais de duas semanas de assumir, o governo de direita de Javier Milei anunciou uma bateria de golpes contra o povo trabalhador. Ao “caputazo” [ referência às medidas de ajuste de Luis Caputo, ministro da Economia do governo Milei, NdT] se somou a DNU que inclui uma reforma trabalhista, revogação da lei dos aluguéis e uma série de medidas anti populares, ou seja, a favor do grande empresariado e do FMI. E vêm novos anúncios. Como o que lançou neste final de semana contra os estatais: a demissão de quem foi contratado em 2023 e a renovação por só noventa dias de quem está há anos precarizado.

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Mas em pouco tempo despertou as primeiras respostas. Em 20 de dezembro houve uma primeira manifestação que desafiou o protocolo anti protesto de Bullrich, encabeçado pela esquerda, organizações sociais e sindicais combativas. Nessa mesma noite se estenderam os panelaços.

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Agora a CGT, que passou anos na passividade ante o ajuste da Frente de Todos e propõe “esperar” as consequências da política de Milei, tem anunciado uma série de medidas. A primeira será uma concentração nos tribunais para pedir a inconstitucionalidade do Decreto. Será nesta quarta-feira ao meio dia. No dia seguinte tem previsto um comitê confederado onde representantes dos sindicatos discutiram novas ações, entre as quais não se descarta uma paralisação geral. Mas nada confirmado. Está claro que o sindicalismo peronista, apesar de um ataque que também os golpeia, deposita a confiança no poder judiciário. Isso levanta dois problemas imediatos. Por um lado, a corporação judiciária tem se demonstrado contrária aos direitos dos trabalhadores e às liberdades democráticas, ou seja, que no melhor dos casos pode servir de árbitro para um pacto entre setores patronais mas nunca para derrubar o plano de Milei. Por outro lado, aposta mais nas negociações “institucionais” que na deliberação nos sindicatos e locais de trabalho.

É evidente que a resposta não está à altura do ataque. A única confiança, a única forma de derrotar o plano de Milei, a AEA [Associação empresarial argentina NdT] e o FMI, é liberar toda a força da classe trabalhadora e dos setores oprimidos.

Mas o sindicalismo combativo e de esquerda irá à concentração para levantar o que vem exigindo há muito tempo, mas agora com mais urgência: uma paralisação nacional ativa e um plano de luta até derrotar o DNU, o ajuste e o protocolo. Essa é uma das consignas que as organizações convocantes do 20 de dezembro acordaram. Estarão ali organizações piqueteiras, personalidades e delegados do sindicalismo combativo, organismo de direitos humanos e a esquerda, com a participação das organizações da Frente de Esquerda Unidade (PTS, IS, MST e PO).

O bloco independente levará as seguintes consignas:

Por uma paralisação ativa nacional e um plano de luta

Abaixo a DNU, o Protocolo e a Lei Onibus

Não ao plano de ajuste de Milei e do FMI

Nenhuma demissão

Está em marcha um plano de guerra contra o povo trabalhador. Junto com as exigências às direções sindicais, é importante criar, como vem propondo o Movimento de Agrupamentos Classistas e o PTS, espaços para organizar a luta a partir de baixo: coordenações de empregados, desempregados e setores em luta, junto com aqueles que estão promovendo os panelaços; a promoção e exigência de assembleias em cada sindicato e local de trabalho; comitês de luta e a mais ampla unidade daqueles que querem enfrentar esse plano e propor uma saída para que a crise seja paga pela classe empresarial.

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