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Primeiro dia | Começa o V Congresso da CSP-CONLUTAS. Professora Maíra Machado apresenta a contribuição global do Movimento Nossa Classe

Nesta quinta-feira (7), começou o V Congresso da CSP-CONLUTAS em São Paulo. Batalhando por um sindicalismo com independência de classe frente ao governo de frente ampla de Lula-Alckmin e os patrões, contra o arcabouço fiscal que ataca os serviços públicos, contra as privatizações, o marco temporal e pela revogação das contrarreformas trabalhista e previdenciária, a professora e coordenadora da Subsede da APEOESP de Santo André, Maíra Machado, apresentou a contribuição global do Movimento Nossa Classe para este Congresso.

sexta-feira 8 de setembro de 2023 | Edição do dia

Nesta quinta-feira (7), começou o V Congresso da CSP-CONLUTAS em São Paulo. O Movimento Nossa Classe participa deste Congresso uma delegação nacional de professores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, petroleiros do Rio de Janeiro, metroviários de São Paulo, trabalhadores da USP e outras categorias. Neste primeiro dia, nossa tese foi apresentada por Maíra Machado, professora e coordenadora da Subsede da APEOESP de Santo André.

Maíra iniciou a intervenção saudando os trabalhadores da Acciona, recentemente em greve nas obras da linha 6 do metrô de SP, aos trabalhadores grevistas da Unicamp, bem como prestando solidariedade às famílias de mortos e desabrigados pela tragédia capitalista no Rio Grande do Sul, fruto da destruição ambiental capitalista e do total descaso dos governos.

O marco temporal, um ataque brutal aos povos indígenas e que aprofunda essa crise ambiental promovida pelo capitalismo, está sendo aprovado pelo agronegócio bolsonarista e pela base do governo Lula - que conferiu 100 votos a esse ataque. Por isso a importância deste Congresso, sendo a CSP-CONLUTAS a única central que se manteve independente do Governo Lula-Alckmin, integrado por grande parte da esquerda, como o PSOL, e por todas as demais centrais sindicais - colaborando com sua política de conciliação que só fortalece a extrema-direita, preservando todos os ataques desde o golpe institucional de 2016, como a reforma do ensino médio, a trabalhista, da previdência e as privatizações, bem como presenteando ministérios ao bolsonarismo, promovendo o financiamento recorde do agronegócio, ou ataques neoliberais como o Arcabouço Fiscal.

Acaba de ocorrer o Congresso da APEOESP, o maior sindicato do país, que representa os professores estaduais de São Paulo. Maíra destacou que este sindicato é dirigido por uma burocracia cutista que busca se consolidar como braço do governo de frente ampla, se negando a votar pela revogação integral do Novo Ensino Médio e por um plano de lutas para os professores. Nós do movimento Nossa Classe nos orgulhamos de ter impulsionado a partir da subsede que coordenamos a “Carta de Santo André”, assinada por mais de 700 professoras e professores, dirigida ao congresso, mas também a outros setores de nossa classe, com um forte chamado à frente única, a um plano de luta pela revogação da reforma do ensino médio, do arcabouço fiscal, e contra os ataques e privatizações do governador bolsonarista Tarcísio.

Reivindicamos essa experiência porque consideramos que é um exemplo prático de ideias fundamentais que defendemos em nossa tese: que para fortalecer a CSP-Conlutas como uma alternativa de independência de classe é preciso construir força material na base em torno dessa política, batalhando pela frente única operária. Isso significa não só unidade na luta, mas passar a denunciar o papel que o governo está cumprindo e dirigir nossas exigência centralmente às direções burocráticas do movimento sindical e popular, sem deixar de denunciar sua colaboração com o governo.

Como disse Maíra, a batalha pela independência de classe também passa pelo terreno internacional, sendo necessária uma clara posição de independência política no conflito na Ucrânia. Isso passa pela exigência de imediata retirada das tropas russas, mas também contra a OTAN e o governo ucraniano e sua “resistência” que oprime populações russofalantes e defende os interesses dos imperialismos ocidentais. A saída para a situação da Ucrânia não pode se dar pelas mãos das burguesias em conflito, mas só através de uma Ucrânia Operária e Socialista. Nossa batalha deve ser pela unidade internacional dos trabalhadores.

Na América Latina, vemos em nosso país irmão e vizinho da Argentina o fortalecimento da extrema-direita de Milei, apoiado pela família Bolsonaro. É expressão não somente de uma direitização, mas também da insatisfação de milhões de trabalhadores com a frustração de suas expectativas e repetidos ataques a seus direitos pelo peronismo, o kirchnerismo e pela direita tradicional. Como vimos no Brasil, é a conciliação de classes o que abre espaço à extrema-direita. Contra os diferentes planos de ajuste propostos pela extrema-direita, pela direita tradicional e pelo peronismo, reivindicamos uma esquerda que aposta na independência de classe e num programa operário e socialista, a FIT-U (onde nosso partido irmão, o PTS tem papel preponderante) como única alternativa para fortalecer a luta dos trabalhadores, indo às eleições de outubro com a candidatura presidencial de Myriam Bregman e Nicolás del Caño.

A batalha por sindicatos com independência de classe é uma batalha contra a burocracia sindical. Do palco do Congresso, Maíra denunciou que mesmo na CSP, há grupos e partidos junto com a burocracia em chapas sindicais. Como é o caso na Apeoesp, onde o MES, a Resistência, RS/Unidos e outras correntes do PSOL decidiram abandonar a oposição e fortalecer a burocracia de Bebel (PT) na diretoria, que acabou com a proporcionalidade. Assim, hoje não existe oposição na direção deste sindicato. Também o PSTU, em Minas Gerais, assim como em outros estados, também está com a CUT. Por isso, destacou que é preciso votar uma resolução por chapas contra a burocracia.

No menor congresso da CSP desde a sua fundação, é preciso fazer balanços e corrigir os erros, disse Maíra. A central ficou marcada pela posição da majoritária e outras correntes frente à ofensiva capitalista com a Lava-Jato e o golpe de 2016. Uma posição sem independência de classe, que reivindicou o golpe, o Fora Dilma, com setores defendendo a Lava-Jato, sem se importar com quem ficava o poder. O Nossa Classe teve uma posição política de independência ao denunciar o golpe com independência do PT, apontando que este vinha para aprofundar ataques que o próprio PT já vinha fazendo.

Frente à nova conjuntura, com a frente ampla encabeçada por Lula, somente a batalha pela auto-organização da classe trabalhadora pode dar respostas contra os capitalistas na luta de classes, nesse sentido que defendemos a frente única operária. Também só é possível lutar contra Bolsonaro e a cúpula militar com a força dos trabalhadores, sem confiança no judiciário.




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