×

Brasília | Bolsonaristas que hoje invadem o Palácio do Planalto em ato golpista foram legitimados pelo Ministro da Defesa de Lula

domingo 8 de janeiro de 2023 | Edição do dia

“Foto: Fátima Meira / Futura Press”

Hoje, 08 de janeiro, bolsonaristas invadiram o Palácio do Planalto e ocupando o interior do Congresso Nacional em Brasília, num ato golpista, rejeitando o resultado eleitoral apesar de já empossado e atuando o novo governo Lula-Alckmin, que derrotou eleitoralmente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.

Leia também: Bolsonaristas invadem o Congresso em ato golpista. Enfrentar a extrema direita com a força dos trabalhadores!

Por hora, a imprensa de todo o país notícia o fato e questiona como isso pôde acontecer, relatando a passividade da força policial do DF, a atuação do governador Ibanês Rocha (MDB) e do seu Secretário de Segurança bolsonarista, Anderson Torres, que acaba de ser exonerado de seu cargo, segundo notícias.
Inúmeros partidos políticos PSOL, PT e até Republicanos, repudiam e criminalizam os atos e pedem uma intervenção federal contra as ações golpistas. No entanto, é preciso remarcar que as forças policiais, que sempre estiveram à serviço dos interesses do Estado burguês e dos patrões, cumprindo um papel de profunda opressão aos trabalhadores e setores oprimidos, sobretudo o povo negro de nosso país.

Não esquecemos os efeitos da intervenção federal que sofreu o estado do Rio de Janeiro, resultando na morte de centenas de trabalhadores e até crianças vítimas da violência policial. Assim como, a ineficácia do Judiciário que até hoje sequer conseguiu investigar seriamente, provar e punir os responsáveis pela morte da vereadora do PSOL, Marielle Franco também no RJ.

São essas mesmas forças policiais, com a conivência do governador do DF e da PF, além do próprio Ministro da Defesa de Lula, que agora se passivizam diante de uma ação golpista, preservando - como aconteceu na última ação desse tipo em Brasília - os manifestantes financiados pelos setores que apoiam Bolsonaro.

É preciso relembrar que o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, um dia após a posse do novo presidente sob os gritos de "Sem anistia!" contra o bolsonarismo dos presentes, defendeu os atos por intervenção militar contra a posse de Lula-Alckmin nos quartéis como “manifestação da democracia”. Essa ação de hoje é também consequência da legitimação desse tipo de posicionamento.

Leia também: Ministro da Defesa de Lula afirma que atos por intervenção militar são “manifestação da democracia”

A indicação de figuras como Múcio, em que pesem as diferenças na composição dos cargos do executivo hoje se comparado ao governo de Bolsonaro, revelam a incapacidade do governo Lula de combater o bolsonarismo e a extrema-direita, que na realidade obtém sucessos em negociações e pactos, como na própria composição dos ministérios.

Enquanto a população brasileira sofre a tragédia do bolsonarismo e do golpe de 2016, com anos de reformas neoliberais, inflação, perda de direitos e arrocho salarial, Múcio vem para pactuar com os responsáveis por essa mesma situação. Em especial com os militares, que seguem atuando como fortes árbitros da situação política, drenando recursos públicos para interesses próprios e puxando a rédea da extrema-direita quando convém.

O próprio desejo de justiça de milhões de brasileiros que perderam seus familiares, amigos e conhecidos pela pandemia do coronavírus e sofrem na pele os impactos dos ataques do Golpe Institucional de 2016, assim como do governo Bolsonaro, seja com os cortes na saúde e na educação ou nas reformas trabalhista, da previdência e do Ensino Médio, fica prejudicado com esta nomeação. E não poderá depender do Judiciário que foi parte da própria implementação dos ataques.

Por isso, para derrotarmos politicamente a extrema-direita como força social, assim como garantir nenhuma anistia para Bolsonaro e revogar as reformas e os ataques, é necessário organizar a luta independente do governo eleito. E sem nenhuma confiança na Polícia e no Exército, que simpatizam com as ações como as que hoje acontecem em Brasília e foram parte do governo Bolsonaro.

É urgente que as Centrais Sindicais, como a CUT e a CTB, enfrentem o bolsonarismo e as reformas, colocando a força dos trabalhadores na rua, organizando a mobilização em cada local de trabalho, para que a extrema direita e suas reformas voltem para a lata de lixo da história.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias