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Conciliação de classes | Ataques e precarização do bolsonarista Tarcísio seguem o caminho de Alckmin quando era governador

Neste momento a Universidade de São Paulo (USP) passa por mobilizações estudantis, docentes e dos trabalhadores, mas cabe relembrar que o projeto neoliberal de privatizações e ataques a universidade públicas não é de hoje, e foi levado a frente durante anos pelo atual vice presidente, Geraldo Alckmin, no longo período em que este foi governador do Estado de São Paulo.

sexta-feira 22 de setembro de 2023 | Edição do dia

Por mais de 20 anos os governos PSDB, muitos destes com Alckmin à frente de São Paulo, atacaram brutalmente a educação, que sofreu com processo de sucateamento e precarização do ensino. Seus governos tiveram como regra manobrar o orçamento para diminuir o repasse para o ensino superior. As reitorias e burocracias universitárias apoiadas por Alckmin, assim como as de Tarcísio que hoje dirigem a USP, estiveram à frente de diversas perseguições à organização sindical dos trabalhadores e estudantes. Tendo sido no período do Governo de Alckmin, em que a reitoria de Zago e Vahan, tentaram processar e demitir dois diretores sindicais negros, Marcello Pablito Santos e Zelito, por lutarem junto aos estudantes por cotas raciais na universidade. Para tentar realizar uma demissão política, a reitoria chegou ao absurdo de defender que Marcello Pablito sequer era negro, portanto não se tratava de uma perseguição racista. Mas como toda a comunidade USP sabe, Pablito é um histórico ativista do movimento negro de São Paulo e fundador da secretaria de negras e negros do Sintusp.

Nesse período, a sede do Sindicato dos trabalhadores da USP (Sintusp) foi duramente atacada por essa gestão, sendo retirada do local que ocupava há mais de 50 anos. Durante o período de Zago foi aprovado, sob bombas, o projeto chamado pela comunidade USP de PEC fim da USP, que se baseava em supostos parâmetros de sustentabilidade das contas da USP, que como consequência prática não teve nada de sustentável para os trabalhadores e mulheres, pois avançou na terceirização, congelou as contratações, arrochou os salários e resultou no fechamento das creches da USP. Também durante a gestão Zago foi desvinculado o HRAC, hospital de Bauru que era responsável por atendes trabalhadores de todo o país para tratamentos especializados. Foi nesse período, durante um governo Alckmin, que os trabalhadores para resistirem ao desmonte dos hospitais e centros de saúde da USP, protagonizaram a greve mais longa da universidade, resistindo durante 4 meses a todo tipo de ataque por parte do governo tucano.

Também essa gestão perseguiu os trabalhadores que lutaram contra o arrocho salarial em 2016, impondo o desconto dos dias parados, mesmo com ordem judicial contrária ao desconto. A vitória judicial dos trabalhadores não foi suficiente para a reitoria pagar os dias descontados (62 dias) e os trabalhadores seguiram sem seus salários. Zago e Vahan implementaram o projeto KOBAN, que aprofundou o convênio com a Polícia Militar. O resultado foi o aumento da repressão a estudantes e trabalhadores sem a diminuição do número de roubos e furtos. A reitoria de Zago e Vahan marcharam a todo o vapor contra as unidades de saúde. Deram início ao processo de desvinculação do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru, mesmo com toda a comunidade usp contrária e mobilizada, para entregar a uma fundação que pertencia à parte da burocracia universitária. Além disso, também avançou fortemente no sucateamento do Hospital Universitários e dos Centros Saúde-Escola. O objetivo é entregar essas unidades para fundações privadas, como já acontece com o Hospital das Clínicas. É este o legado das reitorias de Alckmin. E hoje a reitoria de Carlos Gilberto Carlotti Junior, apesar de se dizer oposição a Tarcísio, na prática dá continuidade ao processo de sucateamento e privatização dentro da USP, chegando até a firmar acordos com o governo estadual de extrema direita.

Como parte do projeto neoliberal e racista da reitoria, a USP foi a última universidade do país e aprovar cotas estudantis e em relação às cotas a funcionários e professores, ela só se manifestou após ser questionada pela própria legalidade, que prevê em lei um percentual de cotas étnico-raciais para a contratação nos concursos.

Esse projeto neoliberal que hoje é levado à frente por Tarcísio em São Paulo e na USP, é levado a frente também pelo Governo Lula-Alckmin, que é responsável por aprovar duros ataques aos trabalhadores como é o Arcabouço Fiscal, e por golpear a educação ao manter intacta a reforma do Novo Ensino Médio, dando espaço para os tubarões da educação privada dentro do MEC. No Estado de SP a ofensiva neoliberal é grande e vai em direção aos serviços públicos como Metrô, CTPM e Sabesp. O que vem sendo respondido pelos trabalhadores com luta, e chamado uma forte greve unitária para o dia 03/10, onde os estudantes da USP devem se somar para lutar contra os ataques de Tarcísio mas também pela revogação do Novo Ensino Médio e contra o novo teto de gastos de Lula.

Parte dessa batalha deve ser levada a frente também pelos professores estaduais, pais e alunos, unindo-se na defesa da educação pública contra todos os ataques que os governos realizam. Para isso a importante exigência feita pela Subsede de Santo André da APEOESP, em que se realize uma forte paralisação junto com os setores em luta no dia 03/10, diferente do que a direção do sindicato que tem Bebel a frente vem defendendo. Bebel essa que no ano passado votou pelo aumento do salário de Tarcísio, e hoje procura separar as lutas dos professores do estado dos estudantes universitários, trabalhadores do Metrô, CTPM, Sabesp, etc.




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