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Após o anúncio da Greve, o desfecho das negociações na Coca-Cola de Marília

quinta-feira 6 de agosto de 2015 | 20:10

Após a deliberação dos operários da Coca-Cola (Femsa) em Marília por iniciar a Greve a partir das 5hs da manhã da segunda-feira(3)

A assembleia de sexta (31) delibera pela Greve!

Nas assembleias ocorridas nessa ultima sexta (31), os trabalhadores da Coca-Cola (Femsa) rejeitaram a proposta apresentada pela empresa (por 152 à 72 votos) e decidiram por iniciar a greve da categoria às 5hs da manhã desta segunda-feira(3). Enquanto a Coca-Cola oferecia um reajuste de 8,5% tanto no salário quanto no ticket alimentação (o que dava um aumento de menos de 10 reais), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Marília -Stiam reivindicava reajuste salarial de 9% e um aumento do ticket alimentação para 250,00.

O porque a Greve que não ocorreu?

Nós da Equipe do Esquerda diário estavamos às 5hs da manhã da segunda (3) para fazer a cobertura dessa importante luta e no entanto o sindicato não estava e não havia greve alguma. Em entrevista ao Jornal da Manhã de Marília, Wilson Vidoto Manzon (presidente do Stiam), disse que no final da tarde do sábado a empresa procurou o sindicato e pediu que o órgão suspendesse a greve, informando que apresentaria uma nova proposta na segunda. Ao invés de levar a frente a deliberação da base pela greve e organizar os trabalhadores para pararem a produção da Coca-Cola as 5hs da manhã da segunda, a direção do sindicato decidiu acatar o apelo da patronal e esperar passivamente pela nova negociação. Do ponto de vista politico, é evidente que seria muito mais favorável para os trabalhadores que a negociação com a patronal ocorresse em meio à uma greve que paralisasse o trabalho. A pressão seria muito maior sobre o patrão, tendo os trabalhadores melhores condições para conquistar uma vitória: maiores reajustes, direitos e condições de trabalho.

O acordo fechado e o papel da direção Stiam (Força Sindical)

Apesar da nova proposta levada pela Coca-Cola rebaixar em muitos pontos as reivindicações que levaram os trabalhadores a decidirem pela greve, esta foi bem recebida pela direção do Stiam. No final da segunda-feira - após a assembleia que decretou o fim da mobilização - o presidente Wilson Vidoto declarou à imprensa que: “o acordo foi razoável levando em consideração a atual conjuntura econômica que o país atravessa”. No entanto vejamos os pontos do acordo fechado com a empresa: 1. Reajuste: O acordo ficou em 8,34% de reajuste salarial e mais 0,5% em dezembro, no entanto a pauta dos trabalhadores reivindicava 9% (que por sua vez já era a diminuição da reivindicação anterior de 13%); 2. Ticket Alimentação: ficou em 217,00, sendo que a reivindicação era de que fosse no mínimo 250,00; 3. Cobrança do Almoço: Passou de 42,00 para 21,00 o preço pago pelos trabalhadores pelo almoço, no entanto a reivindicação era de que fosse entre 5,00 e 6,00.

Com os métodos históricos de luta dos trabalhadores, se poderia ter ido por mais!

Aqui fica claro que o fato da fábrica não ter sido paralisada e a greve efetivada desde o inicio da manhã – como deliberado na sexta(31) - teve um peso fundamental para que o acordo fosse mais rebaixado. Em “Estado de Greve” desde 11/julho, a categoria tinha todas as condições de ter ido por mais, se o sindicato estivesse disposto à enfrentar a patronal baseando na força dos métodos históricos de luta dos trabalhadores: greve efetiva, piquetes nos portões, comandos de greve controlados pela base, negociações feitas por representantes eleitos na base da categoria e revogáveis em assembleia e etc. Essa seria a maneira mais efetiva de enfrentar a patronal da Coca-Cola (femsa): a partir da força da luta independente dos trabalhadores.

Equipe Esquerda Diário Marília




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