Nos últimos dias, Ciro Gomes vem mostrando o que realmente sempre foi: um político burguês reacionário de direita. Apesar do seu discurso desenvolvimentista, sua trajetória deixa isso bem claro. Iniciou sua carreira política no PDS, herdeiro do ARENA, o partido dos militares durante a ditadura. Entrou na política graças a seu pai, que era procurador do município de Sobral, no Ceará, tendo contado com o apoio da ARENA para ascender a tal cargo.
Se aproximando de Tasso Jerissati, o maior oligarca do estado na época, conseguiu ascender na carreira política. Foi ministro da fazenda de Itamar Franco durante o Plano Real, um dos pilares do neoliberalismo brasileira e que representou uma enorme perda no poder de compra da população.
Tendo sido rejeitado como candidato a presidente pelo PSDB, que preferiu Fernando Henrique Cardoso, Ciro foi tentar uma "carreira solo" e adota um discurso mais desenvolvimentista. Após passar por diversos partidos, se "assenta" no PDT desde 2015.
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Os limites de seu programa desenvolvimentista já foi mostrado nesse artigo. No entanto, sua máscara desenvolvimentista cai por terra analisando o posicionamento do partido nesses anos, que teve uma parcela considerável dos seus integrantes apoiando medidas como a reforma da previdência e trabalhista, e até mesmo o impeachment em 2016.
Mais recentemente, nas últimas semanas, fica evidente a real face de Ciro como político de direita e reacionário. Vendo seus apoiadores migrarem para o ’voto útil’ em Lula, Ciro vem adotando uma estratégia de campanha cada vez mais parecida com a de Bolsonaro. Após ser entrevistado pelo Monark, que recentemente defendeu nazistas, comparou a esquerda ao nazismo, além de outras declarações absurdas.
Isso só mostra que, frente à conciliação de classes da chapa Lula-Alckmin, Ciro não é nenhuma alternativa de esquerda. Nós do MRT e do Esquerda Diário acreditamos que é necessário resgatar a independência de classe, sem alianças com a direita, nem com banqueiros e patrões, não com um programa "desenvolvimentista" e sim com um programa para que os capitalistas paguem pela crise. Por isso, fazemos parte do Polo Socialista Revolucionário - representando na presidência por Vera Lúcia - e estamos lançando diversas candidaturas com esse conteúdo.
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