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Inflação, escassez e ajuste do FMI
Milhares de manifestantes tomam a residência do presidente no Sri Lanka
Juan Andrés Gallardo
Buenos Aires | @juanagallardo1

Em meio à escassez de combustível, inflação crescente, militarização das cidades e exigências de mais ajustes para fechar um acordo com o FMI, novos protestos eclodiram na capital do Sri Lanka. Os manifestantes tomaram a residência do presidente e do primeiro-ministro. O primeiro-ministro renunciou

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Milhares de manifestantes furiosos entraram na residência oficial do presidente do Sri Lanka Gotabaya Rajapaksa, na capital Colombo, no sábado, durante um dia de protestos maciços para exigir a renúncia do presidente por sua gestão da crise econômica.

Os manifestantes quebraram o perímetro de segurança em torno da residência oficial de Rajapaksa no coração de Colombo, enquanto a polícia usou gás lacrimogêneo para impedir a entrada. O jornal cingalês Ada Derana afirmou que o presidente já havia deixado a área. Alguns manifestantes compartilharam vídeos ao vivo dentro da residência do presidente, mostrando centenas de pessoas cantando palavras de ordem em corredores e quartos, nadando em sua piscina ou deitadas em sua cama.

Diante desta situação, o primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe renunciou, anunciando a formação de um Governo de unidade nacional, procurando assim colocar panos frios e evitar que quem caia seja o presidente.

A tensão e o descontentamento aumentaram na ilha no final de março, quando as autoridades impuseram cortes de energia de mais de 13 horas, o que levou a população a sair às ruas para exigir a demissão do Executivo. Há um grande aumento da inflação, que afeta particularmente os setores mais empobrecidos, e escassez de combustível. Desde então, centenas de manifestantes se instalaram nas proximidades da Secretaria Presidencial em Colombo e os protestos em toda a nação insular tornaram-se comuns e cada vez mais reprimidos. Além dessa crise, há a exigência do FMI de um duro ajuste a ser aplicado.

Leia mais: A crise no Sri Lanka mostra as consequências da pandemia e da guerra na Ucrânia

Vários analistas apontam que esse acordo incluiria reformas estruturais drásticas e de longo alcance. Entre eles, um amplo corte no déficit fiscal, ou seja, um ajuste nos gastos do Estado, a eliminação do duopólio no setor energético, o fim das restrições às importações, o aumento dos impostos indiretos e a privatização ou venda de empresas estatais. Esse pacote de ajustes só vai aprofundar a crise que já se arrasta e vai aumentar os protestos que já estão colocando o governo em xeque e desnudando os acordos das diferentes facções parlamentares.

Enquanto isso, as mobilizações continuam e são a expressão de um fenômeno mundial de crise e alta inflação que está causando greves de trabalhadores por salários mais altos em países europeus e nos EUA, rebeliões e levantes daqueles que dependem mais diretamente de suprimentos básicos, como trigo e combustível, afetados pela guerra na Ucrânia, e que têm um impacto direto na população. O Sri Lanka é o caso mais explosivo de uma série de protestos e rebeliões que começam a ser vistos em diferentes latitudes e países tão diferentes quanto Equador ou Irã.

 
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