Paulo Guedes faturou milhões com a valorização do dólar, através de empresas offshores em paraísos fiscais, um escândalo que segue acobertado pelo restante do regime político.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, deveria participar no dia de hoje de uma reunião das comissões de Fiscalização Financeira e de Trabalho da Câmara dos Deputados, mas se recusou a atender a convocação sob a alegação da votação da PEC dos Precatórios, realizada ontem.
O pretexto furado e o pronto atendimento das comissões, que já informaram o cancelamento, mostram a conivência da Câmara e o pouco interesse de apurar o escândalo revelado pelo Pandora Papers.
O Pandora Papers, maior vazamento de dados bancários de paraísos fiscais do mundo, expôs o patrimônio milionário de políticos, empresários, celebridades, mantidos em paraísos fiscais para o não pagamento de impostos.
Paulo Guedes, através dessas offshores, lucrou R$ 14 milhões com a valorização dos seus dólares nesses paraísos fiscais. Um flagrante conflito de interesses, pois como ministro da economia, Guedes é um dos responsáveis pela formulação da política cambial, junto com outros nomes, como Campos Neto, presidente do BC, que também manteve dólares em offshores.
Ou seja, enquanto Guedes se beneficia da valorização de seus dólares em paraísos fiscais, arrasta a classe trabalhadora brasileira ao inferno descarregando reformas e atacando as condições de vida, com a inflação potencializada pelo dólar. Tudo isso com a conivência e cumplicidade dos parlamentares do Congresso, desinteressados em fazer avançar a investigação.