Foto: Arquivo Pessoal
De mudança para a cidade de São Paulo, onde passaria a morar com seu marido e o filho que estava perto de nascer, a haitiana Elunise Clervil, de 27 anos, embarcou no voo da Gol que partiu de Roraima. Segundo relatos, a passageira passou mal durante o voo e não teria recebido o devido atendimento por ter sido confundida como “mula” do tráfico de drogas.
A aeronave chegou a fazer um pouso de emergência em Manaus mas a passageira não resistiu e morreu cerca de 2h depois de ter embarcado em Boa Vista/RR. Seu marido, Valmyr Westerley, que estava aguardando a chegada do voo em São Paulo, afirma que não recebeu qualquer informação da companhia aérea e que soube da morte da esposa por meio de reportagem da TV de Boa Vista. Afirma também que a Gol sequer garantiu seu deslocamento para Manaus, para poder acompanhar o corpo da esposa.
“Dizem que minha mulher morreu por falta de atenção e atendimento. Por preconceito racial e da pele. Parece que tinham medo de tocar nela. Se não tivessem medo, eles socorreriam, e ela não morreria com o filho na barriga”, disse Valmyr.
Com esse episódio se escancara mais uma vez o racismo estrutural, que naturaliza a falta do devido atendimento de emergência, pelo simples fato de ser uma mulher negra e imigrante.
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