Foto: Zanone Fraissat/Folhapress
Dando continuidade ao projeto de higienização de Dória, a prefeitura de São Paulo, sob gestão de Bruno Covas, contratou uma empresa para instalar pedras embaixo de um viaduto próximo à avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste da cidade, com o objetivo de impedir que pessoas em situação de rua durmam no local. A obra foi concluída na última quinta-feira (28) e as pedras são presas ao chão por uma camada de cimento, na parte debaixo do viaduto.
Em entrevista à Folha de São Paulo, um dos trabalhadores da obra lamentou a iniciativa da prefeitura. “A gente faz porque é obrigado, mas até aperta o coração tirar o teto de quem já mora na rua”, disse ao jornal.
De acordo com censo feito pela prefeitura em 2019, a capital tem 24.344 pessoas em situação de rua. A região da Subprefeitura da Mooca, onde ficam os viadutos que receberam as pedras, concentrava 835 pessoas em situação de rua, ficando atrás apenas da Subprefeitura Sé (7.593).
Em agosto, a prefeitura de São Paulo soltou dados dizendo que 256 moradores de rua estão com coronavírus, porém não devemos confiar 100% nesses dados, tendo em vista a subnotificação causada pela falta de testes massivos. Como se não bastasse o projeto de higienização, Covas também quer orientar o que fazer em caso de possíveis mortes de estudantes e servidores em decorrência da Covid 19 no retorno das aulas presenciais, propondo que as escolas monitorem e contabilizem as possíveis mortes.
É necessário organizar uma luta nacional de mulheres, negros, LGBTs, trabalhadores e juventude contra Covas, Bolsonaro e toda a extrema direita e os que se dizem oposição, mas que se unem quando o assunto é atacar a população. Além disso, se faz necessário um plano dos trabalhadores contra a absurda situação dos moradores de rua. Deve-se resolver o problema da falta de moradia, colocando os imóveis desocupados a disposição de abrigar pessoas em situação de rua e um plano de obras públicas que garanta moradia para todos que precisam, assim como também a defesa dos testes massivos para que o isolamento social seja de fato racional e combate o acelerado contágio da Covid 19.
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