Foto: Mario Tama/Getty Images
A pesquisa "A favela e a fome", realizada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com Data Favela e Cufa, entrevistou cerca de 2 mil moradores de 76 favelas de todo o Brasil na segunda semana de fevereiro.
A pesquisa divulgou números escandalosos que denunciam a podridão do sistema capitalista que se sustenta através da desigualdade social e racial no Brasil, mostrando que 8 em cada 10 famílias nas favelas dependem de doações; 7 em cada 10 (68%) afirmam que sua alimentação piorou na pandemia.
Há uma média de menos de duas refeições por dia na vida dessas famílias (1,9), o que passa longe do básico para se ter uma vida saudável. 68% afirmam que, nos últimos 15 dias, em ao menos um dia faltou dinheiro para comprar comida. 71% das famílias estão sobrevivendo com menos da metade da renda que tinham antes da pandemia.
Com o fim do auxílio emergencial, 67% precisarão cortar despesas básicas - como comida (53%), limpeza (45%) e atrasar contas (61%). 93% dizem não ter nenhum dinheiro guardado. 97% dos moradores de favela não tem plano de saúde.
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No entanto, para os capitalistas do agronegócio, durante a pandemia os lucros só vem aumentando. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o preço da saca de 50kg de arroz se valorizou em cerca de 220%, quando medido em reais, e de 164%, quando medido em dólares, no período entre 30 de dezembro de 2019 e 21 de setembro de 2020, acompanhado de aumentos milionários dos lucros de empresas desse setor.
Além disso, o agronegócio recebeu R$54,7 bilhões de investimentos por via do Banco do Brasil, sendo um ataque de Paulo Guedes e Bolsonaro à classe trabalhadora em conluio com os interesses dos capitalistas.
Essa é a situação em que se encontra os mais de 16 milhões de brasileiros que moram em favelas no Brasil. Enquanto há regiões do Brasil onde o preço da cesta básica chega aos R$626,25, é um absurdo a atitude de Bolsonaro e Guedes de concederem um auxílio-emergencial que varia entre R$150,00 à R$375,00.
Para o exército Bolsonaro gasta milhões com leite condensado, bonecos rambo, bicicletas triátlon e toda uma série de regalias desnecessárias, como se estivesse rindo da cara do povo pobre e trabalhador brasileiro. E para essa população trabalhadora, majoritariamente negra, Bolsonaro concede um auxílio que não banca nem metade da cesta básica. Essa é a realidade da população negra e pobre no Brasil, que é a que mais sofre com o desemprego, a fome, o déficit habitacional, a violência policial, sendo a parcela da população que é a menos vacinada, e que por consequência de tudo isso é a que mais vem morrendo por COVID-19.
São milhares de famílias trabalhadoras em sua maioria negra que o governo Bolsonaro, mas também que golpistas e o judiciário, sem nenhum comoção, empurram pra miséria e pra fome. Escancaram, dessa forma, a face racista desse regime e do sistema capitalista.
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