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28N | Trabalhadores e estudantes linha de frente das greves de São Paulo desmentem Tarcísio

O Esquerda Diário conversou com Maíra Machado, Marília Rocha, Marcello Pablito e Camila Begiato, trabalhadores e estudantes que estão participando ativamente da greve unificada em São Paulo neste dia 28 de novembro.

terça-feira 28 de novembro de 2023 | Edição do dia

O Esquerda Diário conversou com Maíra Machado, Marília Rocha, Marcello Pablito e Camila Begiato, trabalhadores e estudantes que estão participando ativamente da greve unificada em São Paulo neste dia 28 de novembro. Em seus depoimentos, eles rebatem as declarações do governador Tarcísio de Freitas e da mídia burguesa que apoia os ataques antissindicais e as privatizações, demonstrando como a greve é para defender os direitos da população que todos os dias sofre com as péssimas condições de precarização dos transportes e com os impactos do projeto privatista na suas vidas.

“Só nos dias de greve que Tarcísio e a direção do Metrô se lembram que a população sofre com a superlotação dos transportes. Enquanto nós trabalhadores, lutamos todos os dias contra a enorme precarização do metrô e da CPTM, justamente porque sabemos como isso impacta diariamente na vida da população. Nossa luta é contra a privatização porque o transporte público e de qualidade é um direito de todos. O governador demitiu 8 trabalhadores e tentou nos intimidar anunciando que vai ter novas punições, mas nós estamos lutando para defender aquilo que deveria ser um direito básico. Ele faz isso, porque tem medo do rechaço da população à privatização e quer dividir e enfraquecer nossa luta. Por isso, é tão importante a nossa unidade nessa greve, entre os trabalhadores do Metrô, da CPTM, da Sabesp, da educação, com os estudantes e toda população. A greve é o nosso principal instrumento de defesa.”

Marília Rocha, diretora do sindicato dos metroviários de SP e do movimento Nossa Classe

“Alguns dias atrás sentimos na pele o impacto da privatização, a ENEL foi responsável por deixar milhares de famílias sem luz por dias e isso foi muito sentido em nossas escolas. Esse é um exemplo de como o projeto privatista de Tarcísio afeta diretamente a vida dos trabalhadores e de toda população. Imaginem como vai ser se avançam com a privatização da Sabesp? A água é um direito elementar para a vida e não pode virar uma mercadoria para garantir lucro para um punhado de empresários, pois é a população, principalmente os mais pobres e da periferia, os que vão sofrer as consequências. Para levar adiante a privatização e tentar colocar a população contra os trabalhadores, Tarcísio e a mídia espalham mentiras contra a nossa luta, dizendo que a greve é “corporativa e prejudica a população”, mas são eles que estão fazendo política para que uma minoria de empresários imponha os seus desejos contra a maioria da população. Por isso, viemos batalhando para que a APEOESP rompa com a paralisia e se coloque à frente junto às centrais sindicais dessa guerra contra Tarcísio.”

Professora Maíra Machado, coordenadora geral da subsede da Apeoesp Santo André e do movimento Nossa Classe

“Nossa greve hoje é porque Tarcísio quer privatizar cada vagão de trem, cada gota de água e desmontar a educação pública para atender aos interesses de lucros dos empresários. Diante da linha dura do governo, a unidade da nossa luta é a melhor resposta que podemos dar, inclusive porque as privatizações aqui em São Paulo se sustentam no arcabouço fiscal do governo Lula-Alckmin, que tira da saúde e dos serviços públicos para dar aos empresários e banqueiros. É preciso a mais ampla unidade dos sindicatos e das centrais sindicais de todo país para defender o direito de greve dos trabalhadores contra a privatização que só traz prejuízos para a população. Por isso, também fazemos um chamado a realização de assembleias unificadas onde possamos definir os rumos da nossa luta.”

Marcello Pablito, diretor do SINTUSP e dirigente do MRT

“Nós, estudantes da USP, saímos recentemente de uma importante greve que também se enfrentava com os planos privatistas de Tarcísio, que em nossa universidade significa diretamente milhares de estudantes correndo o risco de não se formar, devido à falta de professores, de permanência estudantil e a precarização dos cursos. Muitos de nós gastamos horas nos transportes e a ampla maioria da juventude é impedida de entrar nas universidades pelo filtro social e racial do vestibular, mas também pelo descaso com a educação pública. O novo Ensino Médio, que é uma verdadeira farsa do empreendedorismo para agradar os empresários, enquanto a juventude amarga a precarização, só aprofunda esse problema. Diante dessa situação, temos que estar lado a lado com os trabalhadores na defesa dos serviços públicos e para derrotar todas as privatizações de Tarcísio. Importante também coordenarmos a luta de todas as categorias com um comando de delegados eleitos em cada local de trabalho, que trabalhe junto aos sindicatos, para aprofundar a relação com a base e nossa auto-organização.”

Camila Begiato, estudante de Ciências Sociais na USP e militante da juventude Faísca Revolucionária

Leia mais: Acompanhe pelo Esquerda Diário a greve unificada de 28/11 em SP contra as privatizações e demissões de Tarcísio de Freitas




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