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Reflexo da precarização: Hospitais de 9 Estados podem enfrentar "apagões" e falta de profissionais especializados

segunda-feira 29 de março de 2021 | Edição do dia

Com aumento dos casos de coranavírus e a escassez no ambiente hospitalar, nove Estados - Bahia, Mato Grosso, Piauí, Pará, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins - informam ausência de equipes especializadas e insumos para realizar atendimentos aos paciente com Covid-19. Foram abertos processos seletivos nestes Estados para busca de profissionais da saúde, principalmente médicos, mas ao que tudo indica a situação é mais delicada do que se imagina.

De acordo com Gerson Junqueira Junior, presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul relata que "no interior, a dificuldade é muito grande para encontrar o profissional. E além da equipe, tem de ver se há estrutura de rede elétrica para os equipamentos, rede de abastecimento de oxigênio para equipamentos de diálise".

Segundo Maria Joaneide de Oliveira Barros, enfermeira que atua na UTI do Hospital Regina Pacia e de uma unidade de campanha em Porto Velho diz que não há funcionários suficientes nas UTIs, pois nem todos querem assumir contratos provisório, de caráter emergencial e ir até os hospitais em plena pandemia. Ela também informa que muitas vezes precisa-se se desdobrar, fazer mais horas extras, mais plantões para equilibrar a demanda.

O presidente do sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte , Geraldo Ferreira ressalta também as mortes entre profissionais devido a covid-19. O Estado soma um total de 50 mortes nas equipes de saúde que estão na linha de frente ao combate do coronavírus.

Com base no relato de Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), há uma "má distribuição geográfica, concentração no setor privado, baixa qualificação, e, principalmente, má gestão desses recursos humanos de alta especialização". E complementa que "há uma fragmentação e a precarização de contratação de recursos humanos via OSs".

Existe, de fato, uma falta de planejamento do poder público. As entidades médicas enfrentam remunerações e contratos precários, principalmente entre profissionais mais jovens. As contratações via OSs prejudicam ainda mais a situação inconstante em que se encontra o país. É necessário amparo para os profissionais da saúde diante do cansaço físico de mental para reverter a insalubridade nas suas condições contratuais. Não é tempo de medir esforços em relação a saúde. A prioridade agora deve ser as vidas que estão lutando nas UTIs para sobreviver.




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