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OPINIÃO | Policial mata homem negro em Ohio/EUA e deixa a pergunta: quem é o próximo?

sexta-feira 31 de julho de 2015 | 02:46

Quantos outros negros terão que morrer para que a sociedade entenda que não existe coincidência? Não existe igualdade entre negros e brancos? Que existe um "suspeito padrão"?

Treyvon Martin? Morto
Mike Brown? Morto
Eric Garner? Morto
Amarildo? Morto
Cláudia Ferreira? Morta
Douglas? Morto
Freddie Gray? Morto
Sandra? Morta
Samuel DuBose? Morto

O caso de Samuel Dubose, homem negro de 43 anos que foi morto pelo policial branco Ray Tensing, 25, durante uma blitz de trânsito próximo a Universidade de Ohio foi o mais recente caso de morte de um afro americano pelas mãos da policia. A versão contada por Tensing, de que DuBose teria ameaçado atropelá-lo e por isso foi alvejado foi contestada pela câmera presente no uniforme do policial, que mostra uma abordagem pacífica e um diálogo tranquilo entre Tensing e DuBose, até o momento que o policial saca a arma e dispara contra DuBose. Nesta quinta8feira, baseado nas imagens, o policial foi indiciado e pode pegar prisão perpétua.

Segundo entrevista com Terina Allen, sua irmã, sem o vídeo, a morte de seu irmão teria sido "justificada" e outros oficiais teriam corroborado a versão de Tensing.

"Meu irmão seria outro estereótipo e isso não vai acontecer", disse. "Sabíamos que o vídeo ia inocentar meu irmão."

As mortes de Eric Garner, um vendedor ambulante em Nova York, do jovem Michael Brown, em Ferguson (Missouri) e de Freddie Gray em Baltimore provocaram indignação da comunidade negra e protestos depois que os policiais suspeitos em ambos os casos escaparam de indiciamentos, aonde o caso de Sam é uma excessão, frente tantos outros casos.

E onde estão seus assassinos? Qual foi o crime que eles cometeram?
A pena de morte foi executada sobre eles por serem negros e pobres, foram julgados e executados por coincidirem com o "suspeito padrão", por estarem no lugar errado na hora errada, mesmo que este lugar seja a porta de casa, da escola ou em frente ao trabalho.

São crescentes os casos de negros que tem sido assassinados de cidadãos negros foram mortos sob custódia policial ou durante a prisão, desarmados, sem reagir. Mas a pergunta que fica é: quando isso irá parar? Nos Estados Unidos estes casos têm sido respondidos com fortes mobilizações sociais que reivindicam a punição dos policiais envolvidos, como as organizadas pelo “Black Lives Matter”, em cidades como Ferguson, Baltimore, Chicago, Nova York, Washington e Boston.

No Brasil existe o movimento “Reaja ou seja morto, reaja ou seja morta”, que organiza no final de Agosto a “III Internacional Marcha Contra o Genocídio”, em que as mortes de Cláudia Ferreira, Amarildo, Douglas, DG, Eduardo e dos jovens do “Massacre da Cabula” serão lembradas e a punição dos policiais envolvidos será reivindicada.

A sociedade de se unir não apenas para cobrar a punição dos envolvidos nesses casos, mas também deve se organizar em um alternativa que coloque a juventude, os trabalhadores e a população negra lado a lado na luta contra o racismo, seja nos Estados Unidos ou aqui no Brasil.

#Blacklivesmatter
#justiceforsam

Foto: AP Photo/Tom Uhlman


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