Os petroleiros efetivos e terceirizados do Terminal da Baía de Guanabara, unidade de transferência e estocagem da Transpetro, localizada em três ilhas na baía homônima no Rio de Janeiro entraram em greve nesta sexta-feira dia 13/10. Sua greve continua o movimento de “trancaço” iniciada dia 11. A greve tem como pauta a reincorporação de 2 terceirizados arbitrariamente demitidos e diversas outras reivindicações.
sexta-feira 13 de outubro de 2023 | Edição do dia
A greve dos trabalhadores da Transpetro desta importante unidade do Rio de Janeiro mobiliza efetivos e terceirizados e tem como principal fato a demissão sumária e arbitrária de dois trabalhadores de “apoio operacional” da empresa Sudamin Brasil, empresa esta que além disso não reconhece o SINDIPETRO-RJ como o sindicato que representa esses trabalhadores, buscando aumentar a precarização destes trabalhadores e por consequência de todos petroleiros.
Consideramos um exemplo para todos petroleiros a mobilização unificada de efetivos e terceirizados que vem ocorrendo, mais um vez, no TABG, como é notável nas notas publicadas pelo SINDIPETRO-RJ (sobre o dia 13 e sobre o dia 11). Sua greve por tempo indeterminado tem como pauta a reincorporação dos demitidos, a igualdade de direitos entre efetivos e terceirizados no que tange ao local de marcação de ponto, a denúncia de graves situações de segurança operacional, como as envolvendo as lanchas que transportam diariamente os trabalhadores até as ilhas onde labutam, queda da escada com elevador da torre de acesso aos navios, furos em tetos de tanques, e ainda reivindica um adicional para os trabalhadores que trabalham nessa unidade isolada. A unidade de efetivos e terceirizados além de permitir maior força ao movimento, enfrenta a precarização do trabalho, fortalece a luta por unidade de direitos e condições de trabalho, o que ao nosso ver passa pela reivindicação da incorporação dos terceirizados.
A greve do TABG acontece em meio a uma postura intransigente da Petrobras na negociação do acordo coletivo da categoria. A empresa, mesmo sob direção do PT, segue orientada ao enriquecimento dos acionistas e é intransigente em não retirar ataques a todos petroleiros no que toca ao plano de saúde e aos agressivos descontos feitos aos rendimentos dos aposentados, entre outras reivindicações dos trabalhadores. Tanto a Federação Única dos Petroleiros (ligada à CUT) como a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP, onde há sindicatos com direções de correntes como PSOL, PSTU, entre outras e os militantes do Movimento Nossa Classe atuam em prol da construção da independência de classe e do classismo) rechaçam a proposta da empresa e propõem um calendário de mobilizações a partir de 27/10.
É preciso fazer com que a longínqua data de 27/10 e demais dias de mobilização sejam dias de efetiva demonstração de força da categoria, com paralisações, manifestações e não somente alguns atrasos e medidas pontuais. Consideramos que o caminho a seguir não é o de espera passiva do que o governo de conciliação de classes de Lula-Alckmin poderá ceder, visto que já está clara a intransigência com a categoria em suas pautas, nem falar em reverter a precarização do trabalho dos terceirizados e das numerosas privatizações feitas por Temer, Bolsonaro mas também continuadas sob Lula (Norte Capixaba, Sergipe, Rio Grande do Norte) ou mesmo tantos outros ataques que permanecem intocados como as Reformas Trabalhista e da Previdência. O caminho é de confiar nas forças dos trabalhadores, tal como mostram os petroleiros próprios e terceirizados do TABG é só com a mobilização independente dos trabalhadores que poderá ser imposto à empresa a retirada de todos ataques e começar a colocar em pauta o retorno à Petrobras de todas unidades privatizadas para tornar real a bandeira de Petrobras 100% estatal e controlada pelos trabalhadores que é uma bandeira da FNP e outros sindicatos.
