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DORNELLES ABENÇOADO | Pastor acusado de estupro e tráfico abençoa Francisco Dornelles

O pastor da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), Marcos Pereira da Silva, já chegou a cumprir 18 meses de prisão antes de ter o habeas corpus aceito e, posteriormente, sua sentença anulada pelo STF. Ele havia sido condenado a 15 anos em regime fechado por atentado violento ao pudor contra uma devota da Igreja. Recentemente, postou um vídeo em sua conta no Instagram “abençoando” o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles.

domingo 6 de novembro de 2016 | Edição do dia

De maio de 2013 a dezembro de 2014 – com um período de liberdade entre julho e setembro de 2013 graças a um habeas corupus – o pastor Marcos Pereira esteve preso em regime fechado no Complexo Prisional de Bangu 2. Ele havia sido acusado por um pastor dissidente de sua igreja, a Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), e José Junior, lídero do AfroReggae, de estar envolvido com o crime organizado, a produção e distribuição de drogas.

Essas acusações foram o estopim de uma série de denúncias contra Marcos Pereira, incluindo o estupro de seis mulheres, sendo três menores de idade. Uma dessas acusações levou a sua condenação. Sua defesa recorreu de argumentos que deixam bastante claro a “santidade” do pastor: em meio a alegações de que Marcos Pereira seria vítima de uma “conspiração” em que testemunhas importantes não teriam sido ouvidas, o advogado pede a prescrição da denúnica, afirmando que o crime, mesmo “se ocorreu”, se deu antes da lei 12.015, de agosto de 2009.

O que o advogado alegou é que, de acordo com a lei vigente até o momento do crime, a denúncia deveria ser feita pela vítima num prazo de até seis meses, mas a vítima de Pereira só fez a denúncia em 2012, o que seria seis anos após o previsto na lei anterior. O cinismo é impressionante: a defesa de Marcos Pereira é praticamente uma confissão do estupro, mas pleiteia sua liberdade com base no fato de que a legislação naquele momento era ainda mais protetora e conivente com o crime de estupro, com uma prescrição num prazo de seis meses se não houvesse denúncia da vítima. Ela, que só teve condições de formalizar a acusação contra o pastor em 2012, afirmou em seu depoimento que durante dois anos sofreu abusos por parte do líder religioso.

Quem decidiu, em dezembro de 2014, que Pereira deveria aguardar em liberdade o julgamento do habeas corpus impetrado pelo seu advogado Ivan Bonfim da Silva que pedia a anulação da sentença foi o Ministro do STF Marco Aurélio de Mello.

Em agosto desse ano, o pastor comemorou decisão do desembargador Sidney Rosa da Silva, de inocentá-lo nos processos que enfrentava. Ele havia dito que além de ser vítima por questões políticas, ele enfrentava uma “armadilha do diabo”.

Agora, quem apareceu ao lado de Marcos Pereira da Silva é o governador em exercício, o vice de Pezão, Francisco Dornelles. Ele foi “abençoado” pelo líder religioso e o vídeo foi postado no Instagram do pastor. Veja abaixo:




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