×

Privatizações | Os metroviários estão certos: deter a privatização para o Metrô não virar a Enel

A privatização da Eletropaulo em 2018 faz com que a população continue sofrendo as consequências, como vemos com mais de 90h de falta de luz, água e transporte em diversos lugares do estado de São Paulo. É essa política que Tarcísio quer para o Metrô, a Sabesp e a CPTM e que comprova que os metroviários e sua luta estão cobertos de razão e devem ser cercados de solidariedade contra as perseguições políticas.

terça-feira 7 de novembro de 2023 | Edição do dia

A privatização do metrô, a terceirização do atendimento aos usuários nas estações e a terceirização da manutenção de trens da primeira das quatro linhas estatais são ataques que vão precarizar ainda mais o transporte, o atendimento à população, e causar mais falhas, como estamos vendo todos os dias nas Linhas 8 e 9 da CPTM com a ViaImobilidade. Metrô e Tarcísio atacaram o sindicato e o direito de greve dos trabalhadores, com a demissão de 8 trabalhadores, por lutar contra a privatização, sendo diretores do sindicato, cipistas e o vice-presidente do Sindicato. Um ataque político e ilegal em resposta à grande greve unificada do Metrô, CPTM e Sabesp no último dia 3/10 que paralisou no Metrô 100% da operação. Mas, como uma grande demonstração de solidariedade de classe, os trabalhadores do metrô, que sabem que tais demissões são fruto de uma perseguição política absurda, votaram uma contribuição dos próprios salários para dar suporte aos companheiros demitidos neste período. Isso foi uma declaração frontal ao Tarcísio e à direção do Metrô, de que os metroviários não aceitam perseguições, muito menos a quem está na linha de frente da luta contra a privatização e as terceirizações.

Veja também: Metroviários dão mais uma demonstração de solidariedade de classe e aprovam contribuição aos demitidos

A classe trabalhadora e o conjunto da população amargam o impacto ainda maior que a privatização e a irracionalidade capitalista gera quando acontecem fortes chuvas. A falta de energia já chegou a paralisar instalações e estações elevatórias da Sabesp, afetando o nível dos reservatórios e, consequente, o abastecimento de água em diversas regiões; seis linhas de trem e metrô já tiveram a operação prejudicada, como as linhas 5-Lilás de metrô, 9-Esmeralda, 10-Turquesa da CPTM, 11-Coral entre Guaianases e Estudantes, 8-Diamante e 12-Safira. Isso acontece por quedas de árvores e desabamento.

A Enel é uma transnacional italiana, que tem como principal ramo a distribuição de energia, e comprou mais de 70% das ações da Eletropaulo em 2018. A empresa possui serviços em 35 países e já tinha concessões para distribuição de energia em alguns estados do Brasil: Goiás, Rio de Janeiro e Ceará. A compra das ações da Eletropaulo fez com que a Enel aumentasse ainda mais sua capacidade de gerar energia e seu lucro dentro do Brasil, se tornando a maior distribuidora do país. O valor pago para comprar as ações foi cerca de R$5.5 bi, e o faturamento da Enel em 2017 foi de 74 bilhões de euros. Ou seja, enquanto a Enel fatura bilhões em euros, trabalhadores, juventude e população amargam mortes, tragédia, falta de luz, água e transporte e é isso que o governador Tarcísio de Freitas quer trazer pra população com a privatização do metrô e da Sabesp.

Por isso é urgente se solidarizar com os metroviários, ferroviários e trabalhadores da Sabesp. É necessário batalhar pela reestatização da Enel sob gestão dos trabalhadores e controle dos usuários, porque não são os capitalistas donos da Enel e futuros donos do metrô e da Sabesp que vivem essa precarização e conhecem as necessidades, mas sim quem todo dia bota pra funcionar água, luz e transporte, e a população que utiliza esses direitos.

Os metroviários, junto com os ferroviários, sabespianos, professores estaduais, trabalhadores da Fundação Casa, profissionais da saúde e o Centro Paulo Souza irão paralisar no dia 28 de novembro contra esse gigantesco ataque aos trabalhadores e à população pobre de São Paulo que necessita dos serviços públicos. Por isso, é necessário que as centrais sindicais organizem uma greve geral contra as privatizações e ataques de Tarcísio.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias