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Em menos de 4 dias, mais um crime de feminicídio aconteceu ontem no bairro Jardim Guarará em Santo André. Gabrielly Dias de Macedo de 18 anos foi espancada até a morte pelo ex-namorado Anderson Silva dos Santos de 24 anos.

quarta-feira 4 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Em menos de 4 dias, mais um crime de feminicidio aconteceu ontem no bairro Jardim Guarará em Santo André. Gabrielly Dias de Macedo de 18 anos foi espancada até a morte pelo ex-namorado Anderson Silva dos Santos de 24 anos. Grabriely e Anderson estavam separados e o rapaz a chamou para uma possível reconciliação, durante a discussão ele desconfiou que ela estava saindo com outra pessoa e a espancou até a morte. Segundo relatos a moça foi encontrada nua, e Anderson assumiu tê-la despido para encontrar possíveis marcas de relação com outro homem.

A cada dia são mais e mais relatos de mulheres mortas por motivos de ódio, a sociedade machista impõe que a mulher não pode ser sujeita de sua própria vida, sendo submetida ao desejos dos homens, seus ditos “companheiros”. O ódio mascarado nessa sociedade pela culpa direcionada a mulher (estava de roupa curta, não ouviu o marido, o traiu, não fez a janta, saiu com as amigas), é colocado também na maioria dos preconceitos presentes no mundo capitalista: racismo, LGBTfobia; e serve de base para que o capitalismo cresça e se desenvolva em sua plenitude, disseminando controle e posse.

O crescimento da onda conservadora e o aprofundamento da crise capitalista abre espaço para que esse discurso ganhe força na boca de políticos como Marco Feliciano e Bolsonaro. A existência de uma bancada evangélica permite que um homem diga a uma mulher dentro do seu local de trabalho e para todo mundo ouvir que ele só não a estupra por que ela não merece, permite que crimes como o da Gabrielly, como o massacre em Campinas, o assassinato do Luis no metro, aconteçam. Permite que milhares de mulheres morram todos os dias vitimas de abortos clandestinos, nos negando o direito ao aborto, permite que sejamos espancadas, assediadas, estupradas, porque não nos enquadramos no “bela, recatada e do lar”.

Manter esse pensamento é reafirmar a lógica capitalista, que precisa da opressão, da hierarquia e da propriedade. Para nos mantermos vivas precisamos sim lutar contra o machismo, mas também entender que a luta contra o machismo é uma luta anticapitalista.

Nós do faísca chamamos aos movimentos feministas do ABC a discutir uma política que nos ajude de fato a lutar contra o que nos oprime todos os dias. A pensar uma forma de juntas combater os feminicídios, a LGBTfobia, o racismo e por um fim a esse sistema que nos mata, nos sufoca. O capitalismo que morra!




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