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MANIFESTAÇÕES POR MORADIA | MTST e outros setores realizaram manifestações em 6 capitais nesta quarta

O eixo das manifestações foi a luta por moradia. O governo soltou nota oficial no fim do dia, que o MTST qualificou como vitória.

quinta-feira 24 de setembro de 2015 | 12:02

A quarta-feira 23 começou com ocupações das sedes do Ministério da Fazenda em São Paulo, Brasília e outras capitais. Em São Paulo foi o maior ato, segundo os organizadores com 8 mil participantes.

As manifestações foram compostas majoritariamente pelo MTST, mas contaram também com a presença de alguns servidores públicos federais em greve, setores do PSOL e outros movimentos.

Apesar de nos discursos de Guilherme Boulos, dirigente do MTST, conter críticas a outras medidas de ajuste do governo, o eixo das manifestações foi a busca por exigir um compromisso de liberação de verbas para o Minha Casa Minha Vida 3, e que seja o máximo possível dentro dos critérios reivindicados pelo movimento, principalmente: de que parte das construções seja na modalidade entidades, que seria administrada pelos movimentos de moradia, que sejam localizadas em regiões não tão periféricas e para os setores de mais baixa renda. A presidenta Dilma foi poupada nos discursos. O eixo era a denúncia das medidas do governo e contra o ministro Levy, que foi o principal alvo.

O ato é parte de uma luta do MTST que vem se dando há meses, que envolveu diversas negociações com o governo, incluindo um período de “trégua” até o último 10/9, quando seria lançado publicamente o Minha Casa Minha Vida 3. Como o governo não lançou publicamente, em meio a pressão pelo ajuste e corte nos programas sociais da sua política de descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre, e somente fez compromissos sem liberação de verbas e um plano concreto, o MTST resolveu chamar essas manifestações.

As ocupações terminaram em base a promessa do governo que emitiria uma nota pública de compromisso ao final do dia, o que afinal ocorreu pela Secretaria Geral da Presidência da República.

Após a publicação da nota, o MTST anunciou como “Vitória da mobilização”, afirmando “o Governo Federal soltou uma nota reafirmando publicamente o compromisso com o MCMV 3, com a priorização da modalidade Entidades e com o acompanhamento da aprovação dos projetos do MTST e de movimentos sociais”.

Sobre essa jornada, Marcelo Pablito, diretor do Sindicato de Trabalhadores da USP e dirigente do MRT disse "É um absurdo que o governo não garanta a moradia para os setores que mais necessitam enquanto faz todo tipo de concessões para as empreiteiras, que todos sabem que estão envolvidas nos principais escândalos de corrupção. Nós apoiamos as reivindicações por moradia e denunciamos que a postura do governo em relação à moradia é parte da política de conjunto de fazer com que sejam os trabalhadores e o povo pobre que paguem a conta da crise. Exigimos o atendimento das reivindicações do MTST. No entanto, nos parece equivocada a orientação da direção do MTST que, na busca por chegar a acordos com o governo, aceita fazer parte das manifestações em seu apoio, como foi o último dia 20/8 e se nega a fazer parte das que são claramente independentes como a do último dia 18/9 em São Paulo. A luta por moradia e pelo conjunto das demandas estaria fortalecida se o MTST não tivesse dividido as manifestações e se somando ao dia 18, que já estava convocado há tempo. Não podemos aceitar poupar a crítica a Dilma e ao governo, quando são justamente estes que são os agentes dos ataques, inclusive aos planos de habitação. Não se trata de uma direita golpista ou de Levy, como quer fazer parecer o PT para se salvar, mas do governo de Dilma e do PT, que seguem com a direita no seu governo, fazendo todo tipo de concessões e atacando os trabalhadores e o povo pobre. Chamamos o MTST a unir forças na construção de uma verdadeira alternativa dos trabalhadores, que tem que ser claramente independente do governo e classista".




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