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CRISE GOVERNO PT | Lula se reúne com Dilma e ministros para debater crise política

Na tarde desta terça-feira, 14, Lula, Dilma e ministros do governo almoçaram juntos no Palácio da Alvorada para debater a crise política que atinge o governo.

quarta-feira 15 de julho de 2015 | 00:30

Durante almoço no Palácio da Alvorada nesta terça-feira, o ex-presidente Lula, a presidenta Dilma e ministros – entre eles Aloízio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) – debateram a crise política que assola o governo federal e o PT.

Apesar de em recente entrevista a presidenta ter afirmado que vai lutar “com unhas e dentes” para terminar o seu mandato, ainda parece ser bastante grande a preocupação da cúpula do governo e da direção do PT, especialmente Lula, com a baixíssima aprovação dela e do governo.

Nas últimas semanas, o ex-presidente tem se reunido em São Paulo com dirigentes do próprio PT e de demais partidos da base aliada para tentar traçar um plano para superar a crise, algo que até então não parecia existir.

Entre os temas debatidos, estiveram as consequências da operação Lava-Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Nesta terça-feira, foi deflagrada pela Polícia Federal mais uma fase da operação, na qual foram realizadas buscas e apreensões nas casas e escritórios do ex-presidente e senador pelo PTB, Fernando Collor, e figurões do PP, como o ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, indicada por Dilma em seu primeiro mandato.

Parte do esforço debatido na reunião vai no sentido de tentar imprimir uma agenda positiva, com a qual o governo atuaria para retomar seu prestígio anunciando ações que se contraponham as más notícias dos últimos meses. A ideia não é nova, mas não vem dando certo já há algum tempo.

Além de deslegitimar o discurso de Aécio Neves e da direita, o alarde que vem sendo feito pela direção do PT contra o “golpismo” da oposição de direita serve para conter as críticas e o descontentamento que surge em sua própria base de apoio. Deixar as críticas para outro momento e retomar a coesão contra a direita é uma tática antiga utilizada por governos ditos “reformistas” para conter as movimentações à esquerda.
Ainda que a ideia de impeachment circule pelas declarações de cada vez mais integrantes do PSDB e até do PMDB, ainda existem muitas diferenças sobre como e se leva-lo adiante.

Alguns integrantes da oposição de direita argumentam que derrubar Dilma agora poderia inclusive favorecer Lula. Segundo essa tese, o ex-presidente poderia fazer oposição ao governo que assumisse em meio ao aprofundamento da crise e se eleger sem maiores dificuldades em 2018. De concreto até agora temos apenas a tentativa de Aécio em ocupar um espaço político de oposição ao governo.

Lula saiu nos últimos meses falando em Frente de Esquerda, “Grupo Brasil”, ao lado das direções da CUT , UNE e do MST. O objetivo é claro: barrar qualquer processo de reorganização e ruptura dos trabalhadores à esquerda do PT, tentando fazer com que o partido pague o menos possível pela crise do governo Dilma. Com a teoria de um suposto “golpismo”, tentam fechar a possibilidade de que exista uma real alternativa à esquerda para os trabalhadores e a juventude frente à falência desse projeto.

Neste momento de maior polarização social, é necessário aos trabalhadores e a juventude muita atenção para não ser parte das manobras articuladas pelas distintas alas da burguesia nacional e seus partidos. Uma alternativa daqueles que lutam para que sejam os patrões que paguem pela crise se faz cada vez mais necessária.




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