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POLÍCIA ASSASSINA | Jovem morto na Favela do Moinho foi torturado pela polícia antes de ser assassinado

A mãe do jovem Leandro Souza Santos de 18 anos, afirma que antes de ser morto a tiros dentro de um barraco, o jovem foi torturado com um martelo. Vizinhos e parentes confirmam a tortura, que durou cerca de meia hora.

quarta-feira 28 de junho de 2017 | Edição do dia

A Favela do Moinho que fica na região central de São Paulo, é cotidianamente ocupada pela polícia, que persegue e agride os moradores. A justificativa que a polícia dá para isso é que a favela é uma das fornecedoras de crack para a cracolândia e que todas as forças devem ser usadas para sufocar o tráfico de drogas.

Leandro, que é usuário de drogas, quando viu a Rota entrando na favela se apavorou e correu para dentro do barraco de uma vizinha, 4 policiais cercaram a casa, expulsaram a proprietária e entraram no barraco. A mãe de Leandro chegou correndo ao local e um policial lhe disse com cinismo: “seu filho está bem, mãe, não fizemos nada de errado com ele”.

Dentro do barraco, Leandro era assassinado. Aumentaram o volume do som e um tiro abafado foi escutado. Tiraram Leandro de lá pelos fundos, em uma maca. A cena que a família e os moradores encontraram foi de terror, sangue por todos os lados e um martelo jogado na cozinha.

Mesmo Leandro sendo retirado da casa já morto, a polícia não o levou para o IML e a família só foi notificada da morte durante a tarde. A polícia não queria deixar que seus parentes vissem seu corpo, que estava marcado por hematomas no rosto, escoriações nos joelhos e os dentes quebrados. Foram 5 tiros que mataram Leandro.

A morte de Leandro entra para as estatísticas alarmantes da polícia brasileira, a que mais mata no mundo. Segundo dados da Anistia Internacional, em 2014, 15,6% dos homicídios no Brasil foram feitos por policiais. O IPEA (Instituto Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou no início desse mês, que o número de assassinatos cometidos pela polícia em 2015, foi maior que o número de latrocínios.

Nos dois primeiros meses desse ano, o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) divulgou que a polícia de São Paulo acumulou um índice de mortes maior que o número de homicídios. Entre esses números, os mortos são em grande maioria jovens e negros, moradores das favelas e periferias.

Leandro era mais um deles e foi morto na chamada “guerra às drogas”, mas que na verdade é uma guerra contra a população pobre e negra do país. Os moradores fizeram um protesto contra a ação policial, dor e raiva se misturam para aqueles que enfrentam todos os dias a violência policial e o extermínio permanente da juventude pelas mão da polícia.

Solidariedade à família de Leandro. Basta de assassinatos pela polícia.




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