Com 96,13% dos votos apurados a novidade das eleições nesse estado do norte Argentino foi a chapa encabeçada pelo gari e dirigente do PTS, Alejandro Vilca, candidato a deputado nacional e Gastón Remy, candidato a senador. A chapa alcançou 12,55%, ficando atrás da chapa oficialista do Cambiemos de Macri, encabeçada nesse estado por Mario Fiad e Gabriela Burgos.
segunda-feira 14 de agosto de 2017 | Edição do dia
Esta grande eleição supera, com mais do que o dobro de votos, o resultada da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT pela sigla em Espanhol) nas PASO de 2015 quando alcançou 6%. Esse resultado foi mostrado por todos os meios de comunicação do estado e festejada por centenas de trabalhadores, trabalhadores e jovens em diferentes locais do estado.
O resultado geral mostram o reacionário governo de Morales mantendo a votação das PASO de 2015 com cerca de 48% se somarmos os votos da UCR do governador (com 35,8%) e da Frente Renovadora do vice-governador Haquim que saiu separado da UCR e alcançou 12,9%.
A crise do PJ-FpV (peronismo e kirchnerismo) desde a dura derrota das últimas eleições se mostrou novamente. Abrindo uma forte disputa interna entre as 6 listas que foram encabeçadas pelos tradicionais políticos empresários, Snopek-Martiarena e Fellner-Mendieta, que disputava o primeiro dentro dessa disputa interna de sua frente.
A Frente de Esquerda apareceu a amplos setores de trabalhadores, mulheres e jovens como a única oposição consequente ao governo policialesco e ajustador de Morales.
Esse resultado tem especial importância no momento onde os trabalhadores do açúcar e suas famílias no Engenho La Esperanza conseguiram frear o ajuste do governo, e foi a primeira vitória dos trabalhadores em uma luta em que a esquerda colocou todos seus recursos e disposição em um conflito que incluiu 11 dias de greve.
O apoio dos trabalhadores do açúcar à FIT se expressou no fortalecimento do voto em locais como San Pedro, La Esperanza e Libertador General San Martin.
Em um estado que tem metade dos trabalhadores informais e onde o governo persegue os sindicatos para que os empresários da mineração, como o genocida Blaquier, possam arrancar maiores fortunas, o resultado da FIT fortalece a luta dos trabalhadores que estão resistindo aos ataques do governo.
O desafio da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores para outubro, quando ocorre a eleição propriamente dita, é multiplicar a força social que se mobilizou nessas eleições e tomou para si a campanha, se organizando em cada local de trabalho, fábrica, hospital, escola e faculdade para eleger deputados dos trabalhadores. Sem dúvida esse será um ponto de apoio para enfrentar os ataques permanentes do governo.