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OCUPAÇÃO DO HAITI | Gol linhas aéreas ’dá asas’ a exploração do Haiti

segunda-feira 19 de outubro de 2015 | 23:30

A Marinha do Brasil contratou, sem licitação, a Gol Linhas Aéreas para transportar militares brasileiros que participam de missão de paz no Haiti. O documento, que prevê oito operações aéreas de ida e volta, foi assinado no início deste mês no valor de R$ 4,9 milhões (R$ 4.920.392,40). A decisão foi tomada em razão da falta de aeronaves na frota da Força Aérea Brasileira que sejam qualificadas para o transporte.

Em decreto apresentado em junho deste ano, o então ministro da Defesa e hoje chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, justificou que a contratação seria necessária considerando a "indisponibilidade de meios orgânicos das Forças Singulares em quantitativos e capacidades suficientes para o transporte integral dos militares e do material necessário". O ministro também usou como argumento o custo de manutenção de equipamentos.

Segundo Wagner, a Organização das Nações Unidas (ONU) arca com as despesas de transporte de tropa apenas uma vez ao ano, mas há a necessidade de uma operação por semestre. No total, serão transportados 972 militares, além de materiais das tropas, em voos entre 12 de novembro e 4 de dezembro.

Em outras ocasiões, o envio de soldados brasileiros ao Haiti também já foi realizado por aeronaves de transporte da Força Aérea Brasileira, como os antigos Boeing KC-137, que também serviram como avião presidencial. Em 2013, uma dessas aeronaves se acidentou durante a decolagem na capital Porto Princípe e acabou quebrando o trem de pouso dianteiro ao sair da pista. Nenhum dos 143 ocupantes do avião ficou ferido.

O custo para cada oficial será de aproximadamente R$ 5 mil. Em buscas feitas em sites de companhias aéreas é possível encontrar voos de ida e volta entre Brasília e Porto Príncipe, capital do Haiti, no período contratado, por R$ 3,6 mil, incluindo as taxas aeroportuárias. Mesmo com o Ministério da Defesa, alegando que "Sem essa aeronave, para cumprir o cronograma de substituição do efetivo da missão, optou-se pela contratação de aeronaves comerciais, sem que houvesse a elevação dos custos de voo", o que notamos que não se cumpriu.

Desde 2004, o Brasil comanda a missão de paz instituída pelo Conselho de Segurança da ONU no País da América Central, na tentativa de cavar uma vaga efetiva no conselho de segurança, assumindo assim esta missão enquanto os Estados Unidos (um dos principais países do Conselho) estava empenhado em sua "guerra contra o terror" no Afeganistão e Iraque, iniciada após os atentados do 11 de setembro, tendo mobilizado desde então recursos e contingentes militares para justificar esta posição, sendo o país que mais enviou soldados para o Haiti, em número superior a todos os outros países juntos. Soldados estes que foram responsáveis por diversas mortes, estupros e alguns até mesmo levaram doenças erradicadas na ilha, como a cólera.

Além da utilização da verba publica de maneira criminosa, envia mais militares para o Haiti, quando o que se faz necessário nesse momento são médicos, engenheiros, professores, e uma gama de profissionais que tem evadido do país, atraídos pela propaganda enganosa difundida pelos governos haitianos e brasileiros, que prometem um futuro àqueles que queriam deixar o país caribenho em troca das terras brasileiras, porém se deparam com várias dificuldades para chegar até aqui, como roubos e torturas, e ao chegar aqui encontram apenas subempregos e condições análogas á escravidão, além dos crescentes casos de xenofobia e racismo.

Estamos ao lado do povo haitiano, seja em sua autodeterminação ou na garantia de condições dignas para a sua chegada no Brasil ou em qualquer lugar que eles decidam ir. Pela retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti.

Procurada, a Gol informou que a companhia está sujeita a confidencialidade e não pode apresentar detalhes das operações.




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