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Pernambuco | Façamos como na França: por um 1º de Maio independente dos patrões e dos governos

Nesta sexta (28) às 17h na estação de metrô Recife, a CSP-Conlutas está convocando um ato classista e independente dos governos Lula-Alckmin e também de Raquel Lyra. Nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, grupo de mulheres Pão e Rosas e Esquerda Diário Pernambuco, reforçamos esse chamado.

terça-feira 25 de abril de 2023 | 21:26

Imagem: Alain Jocard/AFP

Frente ao governo Lula-Alckmin que hoje encabeça uma Frente Ampla junto a setores burgueses nacionais, convocamos a todes construírem com a CSP-Conlutas em Recife atos independentes e classistas, rompendo com os atos chamados pela CUT de maneira burocrática, sem construção na base e que chama a confiar em nossos inimigos, como estão fazendo em São Paulo, onde Lula está convidando o bolsonarista Tarcísio Freitas para dividir palanque neste dia de mobilização que deveria ser apenas da classe trabalhadora e setores aliados como mulheres, juventude, povo negro, LGBTQIAP+, Indígenas e a intelectualidade que se coloca junto aos explorados e oprimidos por esse sistema de miséria. O 1º de maio é o dia em que celebramos as lutas travadas pela nossa classe em todo o mundo e remarcamos que a classe trabalhadora é uma só e não tem fronteiras, e quando falamos da nossa luta, a burguesia e seus aliados sempre estarão do outro lado da barricada. Por isso marcamos todo nosso repúdio a presença de representantes da burguesia nos atos do primeiro de maio como querem Lula e o PT. Lula já anunciou que não revogará a reforma trabalhista, num momento em que saltam por todos lados denúncias de trabalho análogo à escravidão e a face cruel da uberização é cada vez mais obvia para amplos setores, reforma que inclusive tem impactos bastante negativos para os trabalhadores pernambucanos que estão com os maiores índices de informalidade do país, que em sua grande maioria encontram-se em postos de trabalhos precários ou são terceirizados, com baixa remuneração e com poucos ou sem nenhum direito.

Em Recife, Lula não apenas subiu no mesmo palanque que a tucana Raquel Lyra, mas também defendeu ela frente o rechaço e as vaias que sofreu das trabalhadoras da saúde que estavam em luta pelo pagamento do piso salarial. É válido lembrar que Raquel Lyra foi eleita com votos do bolsonarismo, como também vem tendo bastante diálogo com setores bolsonaristas regionais, além de dar cargos em seu governo para bolsonaristas.

Não há dúvidas que Raquel Lyra é uma inimiga da classe trabalhadora pernambucana. Ela teve a cara de pau de falar que não paga o piso salarial dos professores por conta da guerra na Ucrânia. Além de seu governo ter anunciado que irá privatizar a água, justamente, num estado com baixíssimo nível de saneamento básico e com problemas estruturais com moradia e enchentes. Há poucos dias, ela tentou passar um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) que prevê gasto de 200 milhões de dólares no programa Juntos Pela Segurança, o que vai só vai aumentar o número de assassinatos cometidos pelas polícias, o encarceramento em massa da juventude negra e pobre, bem como o assassinato de pessoas negras cometido pela polícia no estado que chegou a 97% e 100% em Recife.

Nesse marco, o PT Pernambuco na Alepe mantém uma posição de não ser oposição ao governo Raquel Lyra, conformando uma bancada “independente”, se colocando muitas vezes ao lado dessa política de direita da governadora ao invés de se colocar ao lado dos trabalhadores e da população pernmabucana que sobre com o desemprego, a fome, a desigualdade e precarização do trabalho. Não se contentando em apenas negar oposição, chegam inclusive a depositar confiança neste governo de direita, como vimos no 8 de março quando companheiras do MST e da Marcha Mundial de Mulheres entregaram o microfone para a governadora no fim do nosso ato em frente ao Palácio das Princesas, fato que desde nossa agrupação de mulheres, o Pão e Rosas, repudiamos e reiteramos: nenhuma confiança nos governos e nos patrões, pelos nossos direitos, precisamos confiar na força da nossa mobilização independente!

No último período, setores da classe trabalhadora pernambucana vem protagonizando importantes mobilizações pelo pagamento do piso salarial no setor da saúde e da educação, os metroviários estão em processo de mobilização contra a privatização e o sucateamento do metrô.

Por isso nos inspiramos e nos solidarizamos com os trabalhadores, as trabalhadoras ea juventude francesa que hoje está em luta contra a reforma da previdência, protagonizando greves, atos de rua, se enfrentando contra a repressão e também contra o governo imperialista de Macron, mostrando que o caminho para conquistar nossas demandas passa longe de conciliação e alianças com setores burgueses e abrindo uma situação pré-revolucionária na França.

Com esse espírito de luta, defendemos a construção de um 1º de Maio com independência do governo Lula-Alckmin e do governo Raquel Lyra, denunciando as burocracias sindicais como a CUT e CTB que foge da luta como da peste e se recusa a organizar a luta dos trabalhadores, conciliando com o regime e os capitalistas.

É preciso exigir que as direções destas centrais sindicais rompam com a subordinação ao governo e construa um plano de lutas a partir de cada local de trabalho e de estudo, exigindo a anulação do processo de privatização do Metrô de Belo Horizonte levado adiante com o aval do governo Lula e que já está em curso, assim como também a anulação de todas as reformas e privatizações, encampando uma forte campanha nacional contra a precarização do trabalho e que batalhe também pela imediata revogação do Novo Ensino Médio Só a força independente e organizada dos trabalhadores pode levantar um movimento capaz de conquistar estas demandas e a luta da classe trabalhadora e juventude francesa mostram o caminho.




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