Publicanos esta denúncia de inúmeras fraudes da burocracia da UJS no CONUNE, enviada uma estudante da Unespar.
Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria
sábado 12 de agosto de 2023 | Edição do dia
Durante os dias 12 e 16 de julho ocorreu o 59° CONUNE, em Brasília. Um Congresso totalmente subordinado ao governo e ao regime político, como denunciamos diversas vezes neste balanço que fizemos. Esta política da majoritária de subordinar o movimento estudantil, entretanto, não se deu sem um burocratismo imenso, com eleições antidemocráticas nas universidades, dificultando a alimentação de diversos estudantes durante o Congresso, além de denúncias de fraude, como essa que vamos reproduzir agora.
Veja o relato de uma estudante do Paraná que entrou em contato com a Faísca para fazer a denúncia:
“Eu fui convidada para ir lá no evento da UNE com o pessoal da UJS, como visitante. Chegando lá, eles ficaram cooptando e falsificaram vários materiais de delegados. Sem contar que eles deram papéis de delegado pra todo mundo, e pra essa falsificação ficar correta, eles fizeram o seguinte:
O pessoal da UJS entregou o cartão de delegado pra todo mundo, inclusive eu fui com 11 pessoas do campus Apucarana da Estadual do Paraná, a Unespar, do campus Apucarana. São 7 campis, e foram 42 pessoas, isso significa que todo mundo ganhou um crachá de delegado de universidade falsa. Vou explicar: como 42 pessoas ganharam o crachá de delegados, significa que a Unespar teria que ter 42 mil estudantes, pq a cada 1000 estudantes é um delegado, ok. Considerando que a Unespar tem só 8 mil estudantes, e não 42 mil. Então, nesse sentido, eles fizeram essa inscrição dessa delegação, não sei como, mas eles fizeram nas universidades EaD. Por exemplo, eu sou estudante da Estadual do Paraná do campus Apucarana, eu não fui delegada porque já tem uma delegada no meu campus que só tem 1500 estudantes. Eu fui lá e quando cheguei, além de eles mandarem eu ficar com eles e fazer a marchinha deles, embora eu não estivesse filiada e não estivesse lá para isso, eu não fosse do partido ou algo do tipo, eu só fui como supostamente visitante, eles me obrigaram a ficar lá e me entregaram o crachá de delegado.
Então, o crachá que me entregaram sinalizava que eu estudava na Uninter, e meus colegas da Estadual do Paraná tiveram, todo mundo, o crachá de delegado com o seu nome, escrito que um estudava no Pitágoras, outro na UNOPAR, essas são universidades privadas que são presenciais e EaD. Enfim, eles deram delegação para todo mundo, embora a gente não fosse delegado e nos obrigaram a votar na chapa deles, a chapa 07, sem considerar que no dia anterior eles nos fizeram votar na tese deles, embora eu quisesse votar em outra tese. Eles depois retiraram o crachá da nossa mão. Assim como também foi um pessoal da UEPG, universidade estadual de Ponta Grossa que fica no Paraná, também chegaram pra eles, com o nome totalmente errado, e falaram “preciso que tu vote com esse nome, mesmo com o nome errado, e com a universidade errada”. Enfim, com várias pessoas aconteceu isso, e quem deveria de fato votar, por exemplo a delegada do meu campus, ela não votou, pois ela chegou na votação e eles a retiraram da votação. Ou seja, a fraude foi do início ao fim.
Sem considerar, também, que além da votação totalmente fraudulenta, quando eu cheguei para realizar a votação da chapa a UJS tinha gente de todos os lados olhando inclusive o pessoal do Paraná que veio com a gente, com uma espécie de ameaça “ou tu vota na chapa escolhida, ou tu não vai voltar de ônibus com a gente”.”
Contra essa lógica burocrática da majoritária de impedir a democracia de base dos estudantes, e de subordinar o movimento estudantil aos interesses dos capitalistas e bilionários da educação, é necessário construir uma nova oposição, por um ME independente dos governos e reitorias. Batalhamos por isso nesse 11A: abaixo os cortes de Lula-Alckmin, por um plano de lutas contra o NEM e o Arcabouço Fiscal!
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