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Educação | Em acordo com a extrema direita Camilo Santana remenda o NEM, mas, o fundamental do ataque permanece

Ministro da Educação Camilo Santana (PT) fecha acordo com o relator do Novo Ensino Médio Mendonça Filho (União Brasil-PE), um remendo que significa manter uma reforma trabalhista na educação para preparar a juventude para o trabalho precário e uberizado. Enquanto isso as centrais sindicais e a UNE permanecem na paralisia e não mobilizam as ruas pela revogação integral do NEM. As greves na educação em curso no país como em SP e MG mostram o caminho. É preciso unificar com os técnicos administrativos das universidades federais contra os cortes, por reposição salarial e contra as reformas que o governo Lula/Alckmin mantém em acordo com a extrema-direita.

quarta-feira 20 de março | Edição do dia

Foto: Agência Brasil

Mendonça Filho foi o Ministro da Educação do governo Temer e quem aprovou a reforma do Ensino Médio como ela é implementada hoje nas escolas. Na reunião que ocorreu na casa oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira, as vozes se exaltaram e Camilo Santana um soco na mesa, porém, não adianta dar soco na mesa para batalhar por uma medida paliativa que aumenta a carga horária de disciplinas tradicionais básicas mas mantém o fundo ideológico e os acordos com Lemman, Itaú-Unibanco e Kroton-Anhanguera, tubarões da educação. No fim os alunos que optarem pelo ensino técnico profissionalizante terão 600 horas a menos das disciplinas tradicionais.

Na teoria os alunos poderão optar por 2400 horas de disciplinas básicas e 600 horas dos itinerários formativos ou 1800 horas das disciplinas básicas e 1200 horas para o suposto curso profissionalizante. Os itinerários formativos permanecem podendo ser ministrados por pessoas com o notório saber, ou seja, não necessariamente envolvem métodos científicos de aprendizagem e cumprem o papel de reduzir carga horária principalmente das disciplinas da área de humanas. A proposta deve ir à votação nesta quarta-feira (20) e se aprovada vai ao Senado.

O PT e o PCdoB dirigem grandes centrais sindicais como a CUT e a CTB e a maior parte dos sindicatos no país. Mas a luta pela revogação integral do Novo Ensino Médio não tomou as ruas na espera desses acordos por cima com a extrema direita. O governo Lula governa o regime do golpe de 2016 com todas as suas reformas que oferecem para a juventude e para os trabalhadores um futuro de precarização, como é o trabalho terceirizado e uberizado e arrocho salarial para servidores públicos. O arcabouço fiscal de Haddad barra a realização de novos concursos e prevê congelamento salarial dependendo do desempenho econômico do país. Aos poucos os setores públicos vão se tornando categorias com mais contratos temporários do que efetivos, exatamente como é o caso da educação básica. É preciso lutar pela efetivação de todos os profissionais da educação sem a necessidade de concurso público, para garantir estabilidade e os mesmo direitos, pois o trabalho é o mesmo.

É preciso tomar o exemplo das professoras do município de São Paulo que realizaram uma grande mobilização nesta terça-feira (19), das professoras em greve em Contagem (MG) e dos trabalhadores técnicos administrativos das universidades federais que estão com o salário congelado desde 2015. Somente uma grande mobilização nacional unificada pode retomar a luta pela revogação integral do Novo Ensino Médio e ativar um grande debate nacional contra as reformas trabalhista e da previdência que o governo Lula/Alckmin mantém em acordos nas alturas com a extrema direita.




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