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TERCEIRIZAÇÃO | É com "ato lúdico" que a CUT/Bancários espera derrubar a terceirização irrestrita no STF?

O STF e sua pauta de ataques contra os trabalhadores já mostrou que não está para brincadeiras. No entanto, isso não parece mover um milímetro das intenções da CUT e CTB de seguirem em sua oposição inofensiva, "lúdica", meramente virtual, aos ataques do STF e do governo golpista de Temer.

quarta-feira 9 de novembro de 2016 | Edição do dia

Movendo apenas seu aparato sindical, a principal ação promovida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, estampada na Folha Bancária de 8-9 de novembro link do jornal na íntegra:, foi um "ato lúdico" nesta segunda, 7 de novembro. O "ato lúdico" reuniu no centro de SP desde dirigentes liberados até atores fantasiados, passando por uma série de computadores para a população poder fazer uma pressão virtual sobre o STF para não aprovar a terceirização irrestrita, prevista para ser votada nesta quarta. A CUT já organizou diversas ações, mas em nenhuma delas organizou quem de fato pode ser a força decisiva contra os ataques: os trabalhadores.

O persistente imobilismo da CUT e CTB denuncia a conivência com os ataques. Sob as asas dos governos do PT, as principais centrais sindicais do país assistiram de camarote o número de trabalhadores terceirizados quaduplicar. Ontem e hoje, passam muito longe de organizar uma força real entre os trabalhadores para, inclusive, se aliar e fortalecer os importantes exemplos de resistência da juventude nas ocupações de escolas e universidades. Com ações inofensivas, colaboram com o governo golpista que verborragicamente dizem combater.

Na categoria bancária, as direções sindicais naturalizaram o aprofundamento da terceirização na própria atividade. Isso sem nem falar da terceirização na limpeza, na vigilância, telefonia e recepção. A CUT acha a terceirização nessas áreas tão normal que ela mesma contrata empresas terceirizadas para fazer a limpeza dos seus espaços, como é o caso do Sindicato de Bancários de São Paulo com a Brasanitas (empresa terceirizada), por exemplo.

Além disso, seguem fechando os olhos para a multiplicação de correspondentes e lotéricos. E fecham os olhos para os cortes de postos efetivos que logo se transformam em postos precarizados seja dentro ou fora das agências e departamentos.

Os estudantes nas ocupações apontam caminhos

Os estudantes tomaram pra si a organização da luta e ocuparam suas escolas e suas universidades para se enfrentar com a PEC do fim do mundo e a reforma do ensino médio. Além da importância de cercar esses exemplos de resistência com toda a solidariedade, é fundamental que os trabalhadores passem a enxergar essas experiências como balões de ensaio para se enfrentar não só com a PEC, mas com as reformas trabalhista e previdenciária.

As centrais sindicais não se moveram em nada para construir uma aliança entre os trabalhadores e os estudantes das ocupações. Mas os trabalhadores podem enxergar nesses estudantes os caminhos para sua própria organização, que começa por derrubar as barreiras impostas entre as categorias como, principalmente, as barreiras impostas entre efetivos e terceirizados. Derrubando as amarras impostas por suas próprias direções sindicais.

Para isso, entendemos que é fundamental levantar um programa concreto contra a terceirização que não vire as costas para os trabalhadores terceirizados: significa lutar pela efetivação dos trabalhadores terceirizados nas empresas onde de fato trabalham e, no caso das instituições públicas, a efetivação sem concurso público dos terceirizados que já exercem as atividades.

Quando órgãos e empresas públicas terceirizam Caixa, são eles próprios quem burlam o concurso público, pois contrata trabalhadores por meio das mafiosas empresas terceirizadas. E o que defendemos é exatamente a reparação deste erro sem virar as costas pra estes trabalhadores precarizados, que já demonstram no dia a dia serem capazes de ocupar os postos que ocupam.




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