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ECONOMIA | Dólar atinge maior valorização desde dezembro de 2014

quinta-feira 3 de setembro de 2015 | 01:31

Redação

Na tarde desta quarta-feira, seguindo a trajetória de alta, o dólar fechou o dia cotado em seu maior valor desde 12 de dezembro de 2002, a R$ 3,7530. A mínima cotação do dia, marcou R$ 3,6940 e, a máxima, R$ 3,7720. No mês, o dólar já se valorizou em 3,30% em relação à moeda nacional e no ano, 41,36%.

Os motivos para a forte valorização da moeda norte-americana no Brasil incluem o cenário político econômico de crise política no governo Dilma e os dados macroeconômicos recentes que reforçam os sinais de que a recessão na economia está se aprofundando, como o aumento no desemprego, a contínua queda disseminada na produção industrial e o aumento na inflação que já ultrapassa a meta do governo.

Recentemente, a notícia de que o governo admite déficit orçamentário para 2016, reforça os temores dos capitalistas, banqueiros e empresários estrangeiros, de que o Brasil irá destinar menos recursos para o pagamento dos juros da dívida externa (superávit primário). Esse risco que cresce em relação a economia brasileira reduz o volume de dólares dentro do país e tornando o dólar mais caro em relação ao real a cada dia. Para os trabalhadores a constante valorização do dólar com a moeda estrangeira próxima ao patamar de R$4,00 ( fato que não era visto desde a primeira eleição de Lula à presidência em 2002), significa mais uma força disfarçada de desvalorização dos salários e aumento do custo de vida, assim como o aumento da inflação dos produtos básicos, serviços e tarifas. Com o dólar em valorização, um grande volume de produtos importados que são matérias-primas da indústria e alimentos básicos, como a farinha de trigo, terão seus preços ajustados para cima. Além disso, o salário dos trabalhadores em dólares ficará menor, reduzindo os custos para possíveis investimentos do capital estrangeiro enquanto, este mesmo salário passa a comprar um número cada vez menor de produtos. Uma consequência deste processo são as exportações de produtos fabricados no país que ficam mais baratas no exterior, desse modo, podem crescer as vendas para o mercado externo com menor consumo interno e salários mais baixos dos trabalhadores no país.

O que os jornais da burguesia não mostram é que a crescente valorização dólar é mais uma forma de os patrões ganharem para os trabalhadores pagarem a conta da crise.


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