×

Povos originários | Como Kopenawa, cacique Raoni questiona governo Lula sobre continuidade de barbárie contra indígenas

terça-feira 31 de outubro de 2023 | Edição do dia

Em sua ida ao Rio de Janeiro, o cacique Raoni foi entrevistado e emitiu opinião sobre as últimas ações do governo Lula com relação à população indígena. Raoni criticou o que chamou de lentidão de Lula em atender a pauta indígena, dizendo que o veto parcial ao Marco Temporal, não é o suficiente. Raoni também criticou a política de Saúde Indígena e a lentidão para a retirada de invasores das terras indígenas.

“Ele está devagar. Não cumpriu o que me prometeu no dia da posse e por isso vou a Brasília bater na porta dele”, disse Raoni, em entrevista cujas perguntas foram traduzidas por Beptyk Metuktire, neto de Raoni de 28 anos, da linguagem Jê, kayapó Mebengrokê. O cacique veio à Niterói para a inauguração da exposição "Mekukradjá Obikàrà: com os pés em dois mundos" no MAC, em Niterói.

Sobre a questão ambiental, Raoni também opina que o governo precisaria tomar uma atitude mais enérgica: “Falei com os espíritos e sei que os rios da Amazônia vão secar todos, não vai demorar. Mas ainda temos uma chance”. Mais recentemente, foi destaque nacional a tragédia capitalista da seca nos rios Negro e Solimões, causada pelo desmatamento.

Depois de destinar uma verba histórica do Plano Safra ao agronegócio, afirmando que seu governo está a serviço de manter os lucros desse setor, o veto ao marco temporal busca encobrir essa política e evitar o desgaste social com a base que o elegeu, assim como segue dando espaço para que o garimpo e o agronegócio sigam atacando os povos indígenas

Leia mais: Vetos de Lula ao Marco Temporal mantém dispositivos que legalizam invasão de terras

Ao buscar atrair para seu governo de frente ampla os partidos do agronegócio, o governo Lula-Alckmin acaba dando carta branca para as gangues do agro continuarem atuando no campo, em base à manutenção do latifúndio e sem avançar na demarcação de terras indígenas.

Estes inimigos só podem ser enfrentados realmente com uma reforma agrária radical e com demarcação já de todas as terras indígenas, começando por dar fim ao latifúndio e aos privilégios dos herdeiros da escravidão colonial, que se mantém até hoje como parasitas em um país imenso e continental, no qual o povo pobre e trabalhador, os indígenas e os quilombolas, não têm terra para plantar ou casa para viver. Ou seja, o oposto do que tem praticado a política da frente ampla do governo Lula-Alckmin.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias