segunda-feira 19 de março de 2018 | Edição do dia
Com galochas nos pés e ecoando arte revolucionária, o Coletivo de Galochas permanece na contramão da indústria cultural. São oito anos de caminhada e resistência de um teatro que faz questão de marcar presença e deixar claro o seu posicionamento: lado a lado a classe trabalhadora e junto aos que lutam pelas questões de moradia na cidade de São Paulo.
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Num contexto de total repressão e sucateamento da arte anticapitalista e revolucionária, levar adiante quaisquer ações e projetos que não estão na lógica burguesa do consumo tem sido para os coletivos um entrave muitas vezes intransponível. Mais que a batalha simbólica, não há hoje materialidade para prosseguir.
Aliás, a gestão do tucano João Doria e seu fiel escudeiro André Sturm, não deixa dúvidas de que calar a arte e as manifestações que se opõe a lógica da mercadoria é uma de suas tarefas. Os ataques aos programas de incentivo, como o fomento ao teatro, cortes na pasta da cultura e precarização de programas voltados aos jovens e crianças das periferias deixam claro que de nada interessa aos capitalistas que a classe trabalhadora e as minorias tenham voz, e quando a arte vai até os extremos desvelar e criticar as opressões sofridas , escancarar feridas , é preciso pará-la. Os ataques e censura tem sido constantes, como você pode ver aqui:
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E enquanto combatem os que não se colocam nas prateleiras da indústria cultural, fomentam produções que cumprem com primor o papel de alienar o público e dar voz à lógica consumista:
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Eis o cenário. Ainda assim, grupos, trupes, companhias e artistas buscam alternativas e resistem aos incessantes ataques e cortes, censura e repressão. Nesse contexto, o Coletivo de Galochas lança agora sua campanha de financiamento coletivo para a estreia e temporada de “Mau lugar”. Confira a descrição:
MAU LUGAR - ESTREIA E TEMPORADA | CAMPANHA DE FINANCIAMENTO COLETIVO
Este é um convite para a campanha de financiamento coletivo para estreia do novo trabalho do Coletivo de Galochas, o espetáculo Mau Lugar.
A peça se passa em um universo distópico, retratando uma sociedade brasileira em um futuro alternativo, altamente controlado, militarizado e segregado. A exploração do trabalho atingiu níveis inimagináveis e a hipermedicalização culminou no consumo obrigatório do Remédio da Felicidade, droga do controle e da manutenção do poder. Apesar do suicídio ser criminalizado, cada vez mais jovens resolvem tirar a própria vida. Nesse contexto, Lúcia se vê envolta em problemas com sua filha.
Participe conosco dessa campanha! Seja uma apoiadora ou apoiador da estreia do espetáculo Mau Lugar. Nos ajude a divulgar campanha.
Desde já, nosso muito obrigado! Até a estreia!
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