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Educação | Castro e Seeduc deixam os professores sem salário e rasgam o acordo de fim de greve

Esta é a terceira vez em 3 meses que centenas de professores têm seus salários descontados.

terça-feira 5 de setembro de 2023 | Edição do dia

No mês de agosto, centenas de professores da rede estadual tiveram seus salários descontados novamente. Este é mais um ataque escandaloso de Cláudio Castro e da SEEDUC contra os profissionais da educação, uma continuidade da política repressiva que constava no acordo de greve. Esta é a terceira vez em 3 meses que centenas de professores têm seus salários descontados. Nós do movimento Nossa Classe alertamos que os ataques embutidos no acordo assinado pela direção do SEPE, a Justiça e o governo, todas as possibilidades de repressão aos grevistas contidas no acordo, estão sendo implementadas desde que a greve acabou. Neste mês muitos educadores tiveram o salário inteiro descontado e nem contracheque receberam. Isso tudo está sendo feito enquanto os grevistas estão cumprindo a reposição, mesmo ela sendo abusiva, impondo sábados letivos.

Alguns profissionais da Educação que foram descontados sequer puderam acessar o contracheque do mês 08:

A Seeduc alegou que os descontos ocorreram por um “erro” no processamento da folha de pagamento. Não foi um “erro”, é perseguição aos que lutaram em defesa da educação, pelo piso salarial e pela revogação do Novo Ensino Médio. E o mais absurdo é que mesmo admitindo o “erro”, não irão pagar os salários este mês, somente no próximo, uma medida totalmente ilegal que impõe condições absurdas paras os profissionais da educação, impossibilitando de pagar suas contas, alimentação, transportes, etc, o que vai impactar inclusive em continuar indo ao trabalho.

Diante de tamanho ataque não basta somente o SEPE informar que os descontos irão acontecer, os cortes estão anunciados há alguns dias e é um urgente que o sindicato, organize um plano de lutas para que os salários sejam pagos imediatamente. Que organize uma campanha financeira junto a outros sindicatos para ajudar financeiramente os grevistas. Que reabra a discussão do fundo de greve, para que a base da categoria possa definir os critérios, valores e hierarquias para os profissionais que foram descontados. Estas são propostas que nós do Nossa Classe Educação viemos defendendo ao longo deste processo e que são fundamentais e primordiais nas lutas da classe trabalhadora: é fundamental defender os que lutam e o direito de greve.

Além de seguir à risca as medidas repressivas que já constavam no acordo de fim de greve, a SEEDUC e Castro estão rasgando outra cláusula acordada. A única conquista que tivemos na greve foi o compromisso de retomar os 2 tempos das disciplinas científicas em todos os anos do Ensino Médio. No entanto, a Seeduc não só descumpre este acordo, como está trabalhando insistentemente para manter o NEM, inventando novos itinerários, e mantendo o fundamental deste ataque elitista e que amplia a desigualdade social nas escolas. Como sempre, a toque de caixa, reuniões estão sendo feitas às pressas nas escolas, mais uma vez sem nenhuma democracia e possibilidade de debates profundos e principalmente sem revogar o NEM, sequer parcialmente. Enquanto isso, no governo federal, Lula e Camilo Santana, ensaiam fazer reformas dentro da reforma, mantendo o essencial deste ataque, atendendo aos empresários que financiam o NEM, sedentos pela mão de obra cada vez mais precarizada que será resultado do futuro da juventude das escolas públicas com o NEM.

Não podemos aceitar e nem naturalizar estas punições e que o governo e a SEEDUC rasguem os acordos de greve. Precisamos de assembleias e reuniões nas escolas para mobilizar a categoria para lutar e impor o pagamento imediato do salário e articular nossa luta contra o NEM exigindo que todas as disciplinas científicas tenham dois tempos em todos os anos, junto à luta nacional pela revogação integral do NEM, exigindo das centrais sindicais que abandonem esta paralisia para defender o governo e que enfrentem este enorme ataque a nossa classe e a juventude.




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