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Catástrofe capitalista | Aumento do nível do Guaíba ameaça novas enchentes e desastres no RS

Essa semana a chuva segue em todo o estado ameaçando novas enchentes e novos desastres no Rio Grande do Sul. Política neoliberal de Leite e Melo só agravam a situação na região.

terça-feira 19 de setembro de 2023 | Edição do dia
Imagem da cheia em ilha de Porto Alegre I Foto: Ricardo Giusti

O Estado do Rio Grande do Sul está passando por um grande desastre capitalista devido às enchentes no último mês, como viemos denunciando nas últimas semanas de Setembro. Mais um ciclone atingiu o estado causando uma situação verdadeiramente catastrófica em mais de 70 cidades, cenas de terror, com casas sendo arrastadas, pontes desmoronando, pessoas precisando se abrigar em telhados e cidades sendo levadas pela correnteza. A enchente que ocorreu no início do mês, atingiu mais gravemente a região do Vale do Taquari, que abrange 40 municípios do RS, deixando quase 50 mortos e milhares de moradores desamparados, tendo todos seus pertences levados pela água, como noticiado na matéria.

Nesta segunda-feira, 18 de setembro, foram divulgados novos dados sobre a situação das cidades atingidas no RS. Quase 200 imóveis foram destruídos pelas enchentes, somente nos municípios averiguados até o momento, como Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul. Roca Sales é a cidade com a situação mais crítica até agora, com 67 imóveis completamente destruídos, seguido pela cidade de Muçum, com 67, Arroio do Meio, com 43 imóveis parcial ou completamente arrasados e 30 imóveis em Cruzeiro do Sul que precisam passar por reformas e mais de 80 residências com recomendação de interdição.

Para além da situação no Vale do Taquari, a cidade de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, já conta com mais de 700 casas atingidas, e quase 200 famílias que precisaram abandonar suas casas devido a cheia do Arroio Feijó, que já completa quase uma semana, atingindo principalmente os bairros de Nova Americana, 11 de Abril, o Americana e Sumaré.

Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a Defesa Civil já alerta para o nível do Guaíba, que segue subindo devido ao volume de chuvas na cidade. Segundo medição divulgada hoje, 19/09, nas primeiras horas do dia, na região da Ilha da Pintada, o nível do Guaíba segue acima da cota de inundação, 2m36cm, 16 centímetros acima da cota que é de 2m20cm. No Cais Mauá o nível estava em 2m64cm, 9 centímetros acima da cota de alerta e menos de 40cm para alcançar a cota de inundação. Foram registradas também pelo menos 20 pessoas abrigadas em Eldorado do Sul, que corre risco não só com o Guaíba, mas também com o Rio Jacuí, causando alagamento nas ruas da cidade.

Estes desastres estão longe de serem somente catástrofes ambientais, mas sim fruto da total irracionalidade capitalista e descaso do governo de Eduardo Leite, do PSDB. Não é de hoje que alertas são emitidos sobre a situação de risco de alagamentos e enchentes, principalmente em áreas extremamente de risco, como Alvorada, que sequer conta com saneamento básico de qualidade, com diversos problemas estruturais, com moradias precárias e diversas áreas de risco, onde a população mais pobre e vulnerável fica a mercê dessas devastações que poderiam ser evitadas caso houvesse planos de obras públicas para garantir uma infraestrutura adequada.

Leite, cinicamente esbanja lamentações, quando na verdade diminuiu os investimentos para prevenção de enchentes em 2023 e está mais preocupado em seguir a devastação dos serviços públicos, colecionando ao menos 20 privatizações nos últimos anos, como a CEEE, Sulgás, Corsan e etc. Priorizando os ataques à população mais pobre a fim de agradar os setores mais duros da burguesia e do capitalismo, rifando as vidas de milhares em prol do lucro dos patrões. Melo segue a política neoliberal de Leite a nível municipal, devastando os serviços públicos e culpando a população pelas enchentes na capital. Esse cinismo criminoso de Melo foi denunciado pela Faísca Revolucionária, como se pode ver neste post.

É urgente levantar um plano de obras públicas, de melhoria de infraestrutura, e garantia de saneamento básico para todas famílias periféricas. Esse plano só pode ser imposto através da mobilização da classe trabalhadora junto às comunidades para que mais desastres como esse não ocorram.




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