Rodrigo Roca defendeu Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha. Agora defenderá oito militares que assassinaram o músico Evaldo dos Santos Rosa e Luciano Macedo, catador de latinhas, com mais de 200 tiros em abril de 2019.
sexta-feira 3 de dezembro de 2021 | Edição do dia
O músico Evaldo dos Santos estava indo a um chá de bebê com sua família quando foi parado por militares e teve seu carro alvejado com 257 disparos de fuzis e pistolas. Evaldo era músico e estava levando sua família no carro. Luciano Macedo era catador de latinhas e foi ajudar Evaldo, quando também recebeu tiros. O caso brutal escancarou, na época, a barbaridade com que os militares lidam com a população negra.
O crime ocorreu em 2019 e até outubro de 2021 os militares respondiam em liberdade. No dia 14 de outubro, 8 dos 12 militares envolvidos foram condenados, mas por serem militares é necessário passar pelo Superior Tribunal Militar, conhecido pelo passado impune.
É aí que entra Roca, o defensor da rachadinha de Flávio. Além de defender o filhote de genocida, Roca tem ligações com oficiais do exército há algum tempo. Já defendeu militares acusados de crimes durante a ditadura militar, como um dos envolvidos na morte do deputado federal, Rubens Paiva, o general José Antônio Nogueira Belham.
A podridão da caserna dá as mãos e se ajuda. Assim funciona os compadrios do oficialato brasileiro, onde rachadinhas e 257 tiros contra um homem negro se unem em defesa da impunidade.