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A UNE deveria ser linha de frente na organização de uma forte campanha nacional em solidariedade do povo Palestino!

Diante do genocídio na Palestina, é urgente que o movimento estudantil erga uma forte campanha em defesa do povo palestino, pelo cessar fogo imediato e pela ruptura de todas as relações entre Brasil-Israel e dos convênios das nossas universidades brasileiras com pesquisas e empresas israelenses.

Giovana PozziEstudante de história na UFRGS

Antonio NevesEstudante de história da UFMG e militante da Faísca Revolucionária

terça-feira 27 de fevereiro | Edição do dia

Vão se completar 5 meses de ofensiva israelense contra os palestinos, que já resultou em dezenas de milhares de mortos, dentre eles cerca de 13 mil crianças e com 70% das moradias destruídas em Gaza. Um verdadeiro genocidio televisionado, que aprofunda um massacre que dura 76 anos contra o povo palestino pelas mãos do Estado sionista de Israel. Com pleno apoio e financiamento dos Estados Unidos e também dos imperialismos europeus, Israel avança em uma “limpeza étnica” da população palestina. Aqui no Brasil, a grande mídia propaga discurso pró-sionista diariamente e a extrema direita vomita seu sionismo de maneira grotesca, como vimos no ato bolsonarista do dia 25. Não à toa, esses setores espernearam e foram pra cima de Lula por ele ter dito que o que ocorre na Palestina é genocidio. Rechaçamos fortemente esses ataques da extrema direita e do sionismo, sem prestar apoio político a esse governo de frente ampla.

Fato é que apesar da tentativa da grande mídia de mentir e esconder o que ocorre na Palestina, um forte movimento internacional se levantou em defesa da Palestina. Aqui no Brasil diversos atos já ocorreram, mas ainda muito aquém do que deveriam ser. Nenhum deles, por exemplo, contou com a presença e construção real por parte das grandes entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE). Esse é um debate que queremos fazer no movimento estudantil.

Por que a UNE, maior entidade estudantil do país, segue nessa paralisia? A atuação da entidade se resume a nada mais que um post recente em suas redes, chamando a comparecer no ato que ocorreu no dia 24 de fevereiro, em São Paulo. O que se for chamado de insuficiente, ainda é muito. Frente à maior ofensiva colonialista da atualidade, o rompimento das relações entre Brasil e Israel é tarefa urgente, assim como o rompimento dos convênios que várias universidades brasileiras ainda mantêm com Israel, e agir com esse fim deve estar no centro da política de qualquer entidade ou organização consequente. Nosso conhecimento não pode servir a um Estado colonialista! E é preciso dar um basta nas relações militares entre Brasil e Israel que produz armamento para assassinar árabes na Palestina e jovens negros nas periferias brasileiras. Diante disso, a majoritária da UNE (PT, UJS e Levante), com a conivência das juventudes do PSOL, Correnteza e UJC, mantém sua paralisia de maneira escandalosa, o que em última instância está a serviço de garantir que não haja questionamentos à esquerda do governo de Lula-Alckmin que possam colocar em cheque de fato as relações econômicas, militares e diplomáticas com Israel.

Internacionalmente, os estudantes de diversas universidades do mundo, assim como os trabalhadores de muitos setores estratégicos em diversos países, se somam em campanhas de repúdio ao genocídio em curso e em atos de boicote, visando o rompimento das relações econômicas e diplomáticas com Tel-Aviv. No Brasil, os Comitês de Solidariedade à Palestina têm cumprido um papel importante, e que precisa se massificar muito mais, na organização de protestos e na divulgação da realidade do conflito, que é muito diferente do que propaga a conservadora mídia burguesa. No entanto, é papel das entidades estudantis, como os DCEs, CAs e a UNE, e sindicatos como a CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, se somarem a essa luta organizando os mais diversos tipos de atividade em cada local de estudo e trabalho.

Por tudo isso, é urgente que a UNE rompa sua subserviência com a frente ampla, saia da paralisia, tome iniciativa e use do momento de volta às aulas para organizar es estudantes em rodas de conversa, palestras, discussões abertas, assembleias de base e manifestações, em unidade com as manifestações de trabalhadores, para que a luta em solidariedade ao povo Palestino seja assunto na boca de cada estudante e se massifique pelas ruas de todo o país! Nós da Faísca Revolucionária viemos em várias universidades defendendo essa posição e chamamos todas organizações que concordam com a urgência de defendermos a Palestina e todes estudantes a se somarem nessa luta para construir uma forte campanha, resgatando a tradição internacionalista do movimento estudantil que historicamente se enfrentou contra as guerras imperialistas! Lutando por uma Palestina livre, operária e socialista do rio ao mar.




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