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ELEIÇÕES ESTADOS UNIDOS
Trump aprofunda diferenças com o partido republicano
Celeste Murillo
Argentina | @rompe_teclas

A última semana foi complicada para Donald Trump. O escândalo pelas novas declarações machistas o afastou das mulheres, mas sobretudo da base cristã e do establishment do partido.

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Donald Trump chegou ao último debate presidencial golpeado pelo escândalo que suas declarações machistas desataram. Embora não tenha tido uma performance ruim no debate, Hillary Clinton terminou “ganhadora” para a maioria da audiência.

A rachadura no partido republicano se aprofundou de tal forma que existem setores que já pedem a renúncia de Trump à candidatura. Foi o caso do senador por Idaho, Mike Crapo: “Não nos equivoquemos. Precisamos de uma liderança conservadora na Casa Branca. É urgente que Donald Trump se coloque de lado e permita ao Partido Republicano propor um candidato conservador como Mike Pence, que possa derrotar Hillary Clinton.”

Abrir mão de Trump para assegurar maioria no Congresso

A voz de Crapo não ressoa no vazio. O presidente da Câmara de Representantes, Paul Ryan, uma das figuras mais importantes do establishment republicano, disse que não defenderá nem fará campanha por Trump após as declarações do magnata sobre as mulheres.

O movimento de Ryan coloca em evidência a distância entre o partido e a candidatura de Trump. E oficializa a decisão de “abrir mão” do magnata para assegurar uma maioria republicana no Congresso.

A reação do establishment coincide com o descontentamento que cresce entre os doadores da campanha de Trump, alguns dos quais solicitaram que o dinheiro entregue seja devolvido. Nesta semana, vieram a conhecimento público mensagens de doadores que reclamam a devolução do dinheiro e retiraram seu apoio à candidatura do magnata nova-iorquino.

A crise se expressa também nas pesquisas, em que se evidencia o rechaço à base cristã do partido. Utah, um estado esmagadoramente republicano e partidário dos valores religiosos e da defesa da família, encontra hoje empatados Clinton e Trump e 26% de intenção de voto. Nunca antes um candidato democrata lutou pelo primeiro lugar nas pesquisas. Porém, a maioria dos votos que o partido republicano perdeu foram devido ao independente McMullin (22%) e ao libertário Johnson (14%).

Confirmado: a vantagem de Clinton segue sendo Trump

A queda em desgraça do candidato republicano, cada vez mais um candidato independente, não significa que Hillary Clinton avança sem obstáculos. A cada dia da campanha se desenvolvem mais problemas para a democrata, como ocorreu com o novo vazamento de mensagens de seu chefe de campanha, John Podesta.

Clinton consolidou sua proeminência nos blocos demográficos que apoiam tradicionalmente o partido democrata: as mulheres e as comunidades latina e afro-americana. Porém, isso não significa que se tenha fortalecido sua figura. De fato, a tendência confirma que a opção por Clinton é mais anti-Trump do que a favor da democrata. Assim se mostrou a última pesquisa realizada por Pew Research sobre o voto latino. Clinton conta com 48% entre os latinos, porém o dado mais preocupante é que 64% dos millenials latinos (menores de 35 anos e protagonistas das primárias) responderam que seu voto por Hillary será mais para opor-se a Trump do que para apoiá-la.

Ninguém pode assegurar hoje quem ganhará no 8 de Novembro. O que é certo é que a crise que explodiu nas primárias com os candidatos do establishment e o descontentamento com a elite política promete repercussões até o dia da eleição geral.

Tradução: Vitória Camargo

 
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