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DESAPARECIDOS MÉXICO
Por que os jovens no México desaparecem? Novamente desaparecidos em Vera Cruz
Sergio Moissen
Dirigente do MTS e professor da UNAM

No México estamos desaparecendo. São mais de 25 mil pessoas que sumiram. Entre o duelo e a raiva, a impotência e a dor, no México as pessoas desaparecem.

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Um país insanamente violento. O México tem se tornado um celebre lugar de desaparecimento forçado, os feminicídios, as execuções, os fugitivos, os esquartejados. Em menos de 10 anos tem desaparecido mais de 25 mil pessoas. Os mortos são mais de 250 mil. Os fugitivos são mais de 1 milhão.

Esta tragédia não é produto de uma fatalidade histórica ou pela "natureza violenta" do ser humano, nem sequer porque no México temos uma estranha fascinação pela violência. Em 2006, com a derrota do movimento anti-fraude, a repressão em Anteco, a repressão em Sicartsa e com a derrota da APPO, o regime mexicano sofreu uma transformação e construiu uma nova estratégia de dominação: Calderón lhe chamou de "Guerra contra o narcotráfico".

Desde então, a "Guerra" fortaleceu os laços de subordinação diplomáticos, políticos e militares com os Estados Unidos. A militarização do País para "combater" o crime organizado causou uma tragédia nacional: o resultado foi catastrófico. De 2006, com a saída dos militares, a 2016 a violência disparou nos lugares com maior presença do exército. Além disso tem associação do estado com o narcotráfico o que faz que exista um regime degradado e criminal.

Os homicídios de Iguala, mostraram de modo cru que o estado e o exército são responsáveis pelos desaparecimentos forçados. Em Iguala não resta dúvidas que foi o Batalhão 27 os responsáveis pelo desaparecimento dos 43 normalistas.

Neste 5 de outubro desapareceram mais 4 jovens em Veracruz. As pessoas que desaparecem no México são jovens, mulheres, pobres urbanos, migrantes: parece uma política de limpeza social. Não desaparecem os empresários, os Slims, os Azcárraga, nem os Salinas Pliego: desaparecem normalistas rurais de ascendência indígena e pobres, precarizados.

Os jovens de Veracruz são estudantes, da UV. Génes Deyanira Arroyo de 22 anos, queria estudar na Espanha. Leobardo Arroyo Arano de 24 anos, terminou a licenciatura em Contabilidade. Octavio García Baruch de 22 anos, estudou engenharia, Andrés García Aguilar, estudante tecnólogo.

Se os levaram ao "crime organizado" disse o governador de Veracruz cujo o governo tem executado jornalistas na Cidade do México, como foi o caso de Rubén Espinosa e Nadia Vera, ativistas que participaram do #yosoy132. Mas as "gravações do C4" não funcionavam no lugar de provas, declarou a fiscal. Jovens da Universidade Veracruzana tem colocado em pé um movimento para encontrar seus 4 companheiros desaparecidos.

O fenômeno de desaparecimento forçado no México é uma expressão de um capitalismo decadente e o resultado de 10 anos de militarização do país. É decisivo construir um forte movimento de rechaço a militarização do país.

Exigimos a apresentação com vida dos 4 jovens desaparecidos e os mais 25 mil de todo o país. As organizações de Direitos Humanos, vitimas e movimentos sociais devemos por um freio ao regime assassino de Peña Nieto, da PRI, e PAN e o PRD.

Traduzido por Tatiana Ramos Malacarne.

 
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