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RESPOSTA NA MÍDIA
O PROBLEMA, FETTER, NÃO É MARX, É O CAPITALISMO!
Leonardo Cechin

No programa da rádio Atlântida (Grupo RBS) Pretinho Básico transmitido na última sexta-feira (26/08), o comunicador Alexandre Fetter leu uma "carta aberta" onde desejou que os familiares de jornalistas, formadores de opinião e políticos fossem os próximos a morrerem em decorrência da violência na capital do estado. Disse também que a situação do RS é culpa do marxismo "velho e ultrapassado", que segundo ele estaria "entranhado nos cursos de direito e jornalismo". A quem representa a carta de Fetter?

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Num contexto de consolidação do golpe institucional, estão se tornando cada vez mais comuns discursos de ódio contra os programas sociais, direitos trabalhistas, movimentos sociais e as ideias de esquerda em geral.

Fetter trabalha para o Grupo RBS, ligado a Rede Globo da família Marinho, uma das mais ricas e poderosas do país, que articulou a favor do golpe colocando o juiz Sérgio Moro como paladino da justiça e sua operação Lava-Jato como solução para a crise no Brasil, portanto não é surpresa o surgimento desta carta que representa o máximo da classe média conservadora, onde a solução para os problemas da segurança, com os quais dialogamos aqui, é a intensificação da repressão contra os mais pobres.

Em seu discurso se diz indignado com os críticos da Brigada Militar, pois para ele não há motivo para se revoltar contra o extermínio da juventude negra nas periferias pelas mãos da polícia que mais mata no mundo, já que os jovens sem perspectiva nenhuma para o futuro não são considerados cidadãos de bem. A Brigada Militar reprimiu duramente os atos contra o golpista Michel Temer em Porto Alegre lançando forças de cavalaria contra estudantes, assim como reprimiu nas ocupações de escolas, prendendo dezenas de secundaristas.

A novidade é apontar os cursos de direito e jornalismo como sendo "antros" do marxismo, fugindo um pouco da lógica direitista de que a esquerda reside na área de humanas. Na verdade são raros os jornalistas que praticam, de fato, o jornalismo, a esmagadora maioria se submete aos grandes monopólios da informação que vendem a opinião dos donos do poder.

Se são raros os jornalistas que se esquivam das opiniões burguesas, são quase inexistentes juízes que o façam. O judiciário brasileiro, o qual orquestrou o processo de impeachment e hoje é quem dá as cartas na política nacional, é o que existe de mais reacionário e retrógrado, longe de ter algo a ver com marxismo, representa na verdade os interesses do imperialismo norte-americano com as investigações da Lava-Jato que visam uma entrega definitiva dos recursos naturais do país às empresas estrangeiras como a Shell. Os juízes são uma casta privilegiada que além de não serem eleitos por ninguém recebem montantes de R$ 80.000,00 ao mês, como o já citado paladino da justiça.

Marx e Engels estudaram cientificamente o sistema capitalista desde suas estruturas econômicas até a sociedade de classes que ele formou, na qual vivemos ainda hoje. Foram alguns dos poucos até agora capazes de apontar soluções concretas de superação das suas mazelas e à construção de um novo modelo de sociedade onde a vida dos seres humanos substitua a anarquia da produção e do mercado capitalista, que produz sem consciência nenhuma muito mais do que a humanidade precisa - e concentra nas mãos de poucos - e muito mais do que a natureza é capaz, encaminhando a terra para um possível colapso ambiental.

Não foi o marxismo que originou as duas grandes guerras mundiais que deixaram milhões de mortos pelos campos de batalha, mas sim a disputa entre as potências capitalistas por territórios nas colônias. Não é o marxismo que hoje deixa 2 bilhões de seres humanos sem direito à alimentação, ou causa crises imigratórias em decorrência das guerras no Oriente pela disputa do petróleo. A crise mundial que se iniciou em 2008 tirou o véu de triunfo desse modelo genocida de sociedade e mostra ser além de meramente econômica, mas também estrutural.

Ou seja, o projeto que "falido e ultrapassado" como disse Fetter, é o dos ricos e poderosos, aquele 1% da população mundial que concentra mais riquezas que os outros 99%, diferente do marxismo que sim é debatido nas escolas, universidades e locais de trabalho, ainda muito menos do que deveria.

O fato é que a juventude busca formas de compreender o caos em que estamos inseridos e como superá-lo, e é nesse momento que as ideias marxistas são mais atuais que nunca, pois ao invés de apontar como solução mais violência e mais destruição, colocam na ordem do dia a construção de um mundo como disse Rosa Luxemburgo: "Onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e completamente livres"!

 
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