Uma nova peça do governo do Paraná de Beto Richa (PSDB) acaba de se demitir: trata-se de Fernando Francischini, o atual secretário de segurança pública no governo do estado. É a terceira baixa do governo Richa, após a demissão de Fernando Xavier Ferreira da secretaria de educação e também do comandante da PM, responsabilizado diretamente pela intensa repressão aos professores da rede pública no último dia 29 de abril, César Vinicius Kogut, que deixou cerca de 200 feridos.

O episódio marca uma enorme crise do governo, que vem sendo um dos artífices de aplicar uma política nacional dos partidos dominantes: ajustes econômicos, começando no Paraná por modificar os direitos na questão da aposentadoria, que levou a indignação de distintos setores do funcionalismo público e a emergência dos professores do Paraná, protagonizando duas greves e atuando como sujeito político contra a votação na assembleia legislativa.

A enorme repressão marca uma nova fase desse processo, em que Beto Richa, demonstrando-se completamente alheio à vontade da população e dos professores, buscou impor os ajustes pela via de uma feroz repressão policial. As cenas da repressão, com professores sendo violentamente reprimidos pela polícia, com bombas, cassetetes e até mesmo cães atacando professores ganharam a imprensa do mundo todo.

Essa repressão gerou essas demissões e agora atingiram o secretário de segurança pública. Beto Richa, no entanto, disse em entrevista à Folha de São Paulo que “não tem ninguém mais ferido do que eu. Eu estou ferido na alma”, para terminar culpabilizando o sindicato pela repressão (sic) e dizer que “Esta última greve, para mim, não faz sentido”.

Com isso o governador continua, de modo intransigente, sua política de aplicar os ajustes, esquivando-se das responsabilidades pelo episódio. A postura dos novos representantes no governo e a força da luta dos professores podem ser determinantes para o futuro de Beto Richa no governo do Paraná.