www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
PELOS 17 EXPULSOS DA UNESP
Estudantes expulsos da Unesp explicam próximos passos da campanha
Vynicius Alavarce Campos

No ano de 2015, em seu discurso de posse, Dilma chama o país de “pátria educadora”, para depois cortar 7 bilhões de reais da educação e reduzir 30% das verbas para as universidades federais, sendo que os principais atacados foram e os trabalhadores terceirizados e as políticas de permanência estudantil.

Ver online

Em São Paulo foram cortados 200 milhões das universidades estaduais, com cortes no plano de carreira dos funcionários e docentes da UNESP, implementação dos Planos de Demissão Voluntario (PDV) na USP e UNICAMP que resultou em fechamento de creches, filas no Hospital Universitário e nos Restaurantes Universitários (RU).

Aceleram-se os planos de desmonte da universidade e também da educação de base, que começa o ano com o arrocho de salário dos professores do estado, o fechamento de 3900 salas de aula, a “duzentena” que demitiu 21 mil professores categoria “O”, e isso falando apenas dos cortes na educação.

As 17 expulsões da UNESP de Araraquara demonstram ser um evento preparatório para os inúmeros ataques a nível estadual e, localmente, foi oportuno calar as vozes dissonantes que questionariam sobre os atrasos na reforma do RU, os alagamentos da moradia estudantil, o corte de bolsas de permanência estudantil, as explosões dos caixas eletrônicos que ameaçam a vida de estudantes e terceirizados.

Em 2013, estes mesmos estudantes se colocaram como linha de frente contra os ataques e cortes da reitoria, lutaram contra os PIMESP e por cotas. No ano seguinte, enfrentaram a arbitrariedade das 38 expulsões da moradia na UNESP de Araraquara e o arrocho salarial dos servidores da universidade.

A estrutura de poder universitária, calcada nos estatutos da ditadura militar, deixa 70% dos poderes decisórios com os docentes em qualquer órgão deliberativo da universidade, dividindo os 30% restantes entre os segmentos dos estudantes e funcionários, sobrando assim, apenas consulta a estes setores na prática. Com esta estrutura (70-15-15), reitores e diretores das universidades públicas podem ser eleitos contra a maioria dos votos. Isto lhes garante poderes arbitrários que permitem negar a negociação das pautas mais essenciais para estudantes e trabalhadores.

Em resposta a essa estrutura antidemocrática e à intransigência da direção ao recusar um diálogo com os estudantes, para reverter urgentemente as 38 expulsões da moradia de Araraquara, os estudantes tinham como única saída sua organização e mobilização independente: foram duas assembleias, uma de moradia e outra geral, que tiraram uma ocupação da direção e uma greve em consonância com as greves de docentes e funcionários contra o arrocho salarial de 2014.

Seguiu-se um mês de falsas negociações - até a reintegração de posse realizada pela policia militar - e em seguida um processo civil, criminal e administrativo. No processo administrativo recheado de ilegalidade, os 14 presentes na reintegração de posse e mais três estudantes que nem estavam presentes na ação da polícia foram expulsões sumariamente pela reitoria e direção.

Como saldo repressivo da mobilização de 2014, ocorrem as 17 expulsões que se convertem em uma forte campanha pela revogação das punições e recebe apoio de inúmeras pessoas, entidades, sindicados, partidos e movimentos sociais, demonstrando toda uma rede de solidariedade e indignação aos rumos que universidade vem tomando, com esta escalada repressiva.

Segundo Breno, estudante da UNESP Marília e professor em greve da rede estadual:
“está em jogo o direito de lutar pelas demandas estudantis; não há qualquer demanda que possa vir antes do direito de lutar. Se hoje a reitoria é a voz dos torturadores, nós somos a voz daqueles que sempre lutaram para que a riqueza e o conhecimento produzidos socialmente não fossem roubados por uma minoria de privilegiados, mas que fosse ela também riqueza social. Essa é a voz que querem calar. Não podemos aceitar essa mordaça!”.

Vynicius, um dos estudantes expulsos pela direção arbitrária, completa: “a mesma polícia que garante a reintegração de posse e a estrutura ditatorial da universidade é a polícia que reintegra posse das justas ocupações por moradia digna e mantém esse sistema de pobreza que vivemos”.

Com a campanha democrática lançada para a reintegração dos 17 expulsos, conseguimos que a reitoria e direção se sentissem pressionadas, passando para o Conselho Universitário a decisão sobre as expulsões, provando que a burocracia recua perante nossa mobilização. Para fazer frente aos inúmeros ataques à educação pública, é necessário tanto estar em aliança com professores em greve, como defender a revogação das 17 expulsões. Por isso, fazemos um chamado amplo para que todos somem forças no ato pela revogação das 17 expulsões, em frente à reitoria da UNESP no dia 7 maio.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui